A partir do dia 1 de Outubro, a música “Eu Não Vou Deixar” estará disponível na internet: www.eunaovoudeixar.com.br. Lobão compôs inspirado pelo coletivo Fora do Eixo, tocou todos os instrumentos e ele mesmo quem comenta:
“Essa música foi composta com endereço e nome certos: o estereótipo do coletivo e do ativista coletivista. Tudo surgiu de um convite feito a Pablo Capilé (mentor do coletivo Fora do Eixo) para um hangout na internet, por ele mesmo ter se oferecido para fazer um debate “com qualquer músico, produtor musical ou seja lá quem fosse”. Achei uma excelente oportunidade para procurá-lo e convidá-lo para o tal debate. A princípio ele topou, mas, infelizmente, alguns dias depois ele desapareceu.
Depois de um tempo razoável achei de bom alvitre produzir uma canção, não só para registrar com alguma picardia sua amarelada, mas para também acender uma luz em cima desse novo/velho tipo de hiponga maoísta/digital que impregna nossos dias com pseudo novas ideias e com aquela prosódia evasivo/neotropicalista que ninguém entende coisa alguma do que eles estão falando.
Esses caras querem terraplanar o indivíduo, principalmente aquele que tem qualidades especiais, aqueles que criam e inventam coisas e fazem a diferença para toda a humanidade.
Esse estereótipo do ativista medíocre, recalcado de sua impotência criativa parte para uma empreitada homicida contra o autor, o músico, o gênio criador que reside em cada indivíduo com a balela frouxa de que temos de criar uma sociedade através do coletivo. Mas eles se esquecem que um coletivo não é uma unidade nem jamais irá ser. A unidade é o indivíduo e sem o florescimento integral de cada indivíduo, teremos, invariavelmente, uma coletividade de frouxos, de elementos sem voz própria que vivem a papagaiar chavões bregas e clichês esgarçados. São eles os Fora do Eixo, os Midia Ninja, os Black Blocs, os movimentos Passe Livre. Todos um monte de bunda moles frouxos que se resguardam em coletivos para camuflar suas abissais desimportâncias. Pois bem, meus amigos, aqui está esse grito de guerra contra esses frouxos sempre deixando claro que um frouxo unido jamais será um indivíduo.
Por isso mesmo fiz questão de gravar todos os instrumentos para mostrar que um indivíduo inteiro estará sempre muito mais apto a fazer uma coletividade infinitamente melhor do que esses imbecis que teimam em começar pelo lado oposto. Sendo assim, senhoras e senhores, com vocês… ‘Eu Não Vou Deixar'”.