Andy Gibb | Confira artigo especial sobre o caçula dos Irmãos Gibb

A música pop na década de 70 certamente foi marcada por uma magia inexplicável. Pode ser que eu esteja soando radical (pra variar) mas, por mais que artistas talentosos brotem nos dias de hoje, eles não terão aquela iconicidade (ok, isso vem com o tempo, vamos parar de polêmica por aqui).

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Por este motivo, a Frequência Não Modulada dessa sexta-feira, pra representar essa década tão única, terá como assunto Andy Gibb, o caçula dos Irmãos Gibb. Filho de uma cantora e de um baterista, Bárbara e Hugh, o caçula de cinco irmãos nasceu em 5 de março de 1958 em Manchester, Inglaterra. Devido a escassez de empregos para músicos na Inglaterra, a família se mudou para a Austrália.

Apesar de receber convite dos irmãos pra entrar nos Bee Gees, ele optou pela carreira solo, mas ainda assim sempre contou com o apoio dos irmãos na produção e composição em seu trabalho. Sempre se afirmou que ele era um dos Bee Gees, devido a sonoridade e ao fato de Barry, Robin e Maurice gravarem backing vocals em várias canções dele. Afinal, o timbre de voz e a sonoridade se assemelham bastante (os icônicos falsetes).

andy bee gees

Tudo começou quando Gibb, aos 12 anos, ganhou uma guitarra de seu irmão Barry. Aos 13 anos, na Ilha de Ibiza, ele fez sua estréia num clube turístico local, no qual sua presença era constante. Porém, sua idade e cidadania inglesa o impedia de receber pelos shows. Então, ele criou seu primeiro grupo, intitulado Melody Fayre com John Alderson na guitarra e John Stringer na bateria. Logo depois, ele voltou pra Austrália e começou a compor, além de tocar em clubes de Sydney. Agora, mais do que nunca, ele pensava seriamente em dar início à sua carreira solo.

No ano de 1976, Robert Stigwood, o produtor por trás do sucesso dos Bee Gees, ouviu algumas fitas demo do jovem Andy e quando menos esperavam, o primeiro disco dele foi gravado em 1977: Flowing Rivers, produzido por Barry Gibb e gravado em Miami. Com a Disco Music em alta, sua carreira (e ascensão) começou, de fato, neste ano.

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Seus três primeiros singles atingiram o topo das paradas britânicas. Isso com apenas 19 anos. O disco vendeu cerca de um milhão de cópias, impulsionado pelos hits I Just Want to Be Your Everything (topo!) e (Love is) Thicker Than Water (topo!). Além de ser elogiado pela crítica, Andy foi indicado ao Grammy de Revelação do Ano e I Just Want to Be Your Everything foi indicada a Melhor Canção, ouça abaixo.

Quando a carreira deslancha, a vida pessoal desanda. É ou não é? Ah, o preço. Andy se casou com Kim Reeder em 1978. Ainda naquele ano e dez dias depois do nascimento de Peta-Reeder Gibb, sua primeira filha, o casamento acabou. Como lidar com o sucesso e a vida pessoal ao mesmo tempo? E pra piorar, o envolvimento com drogas e álcool o descaracterizou completamente. Sua sina, infelizmente, estava traçada. Mas já que a carreira tava indo bem, nada como seguir em frente.

Em 1978, Shadow Dancing, seu segundo disco, se deu tão bem nos charts quanto o anterior: a faixa título (já platina antes do LP chegar às lojas), An Everlasting Love e (Our Love) Don’t Throw it All Away fizeram bonito. Muito bonito. Além de lotar estádios no mundo inteiro, suas aparições em especiais de TV só alavancaram ainda mais sua carreira. Assista “Shadow Dancing” (topo!) abaixo:

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andy abba

Devo ressaltar aqui um especial “em especial” (rá rá rá): o especial de TV de 1978 de Olivia Newton-John tem aquela magia que eu me referia no começo do texto. Junte Olivia, Andy e o ABBA num especial de uma hora na TV e o que temos? Arrepios pelo corpo. Assista ao especial completo no youtube:

Andy ainda apareceu na turnê de 1979 dos Bee Gees, Spirits Having Flown. Bem, depois dessa aparição histórica, as coisas começaram a desandar pro lado do talentoso Gibb. After Dark, o terceiro (e derradeiro) disco, lançado em 1980, contou os hits Desire e I Can’t Help It, dueto com Olivia Newton-John. O disco é incrível, mas as vendas caíram e Stigwood foi obrigado a despedí-lo. Ah, lembrando que em 1984, ele trouxe sua turnê pra São Paulo. Depois de gravar mais canções pra cumprir contrato, Andy se mudou pra Oxfordshire. É, não dava pra mudar o destino.

O envolvimento com álcool e drogas o fez pensar muito, o preocupou bastante. Em 1985 ele procurou auxílio médico e dois anos depois entrou pros Alcoólicos Anônimos. Ele assinou com a Island Records, pois pretendia gravar um novo disco. Andy também quase chegou a fazer parte dos Bee Gees, mas infelizmente esse retorno tão digno não aconteceu. Em 7 de março de 1988, ele se queixava de dores fortes no estômago. Assim como sua rápida ascensão no mundo da música, sua existência foi drasticamente interrompida três dias depois, devido a uma miocardite, inflamação no miocárdio causada por uma infecção viral.

Sobre Andy Gibb: talento indiscutível, mas não sabia lidar com a fama que tinha, com responsabilidades em família e, aparentemente, não soube lidar com seu declínio, apesar do otimismo e da vontade de seguir em frente querendo gravar outro disco. Os Bee Gees homenagearam o irmão na música “Wish You Were Here”, que encera a Frequência Não Modulada desta semana:

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2 Replies to “Andy Gibb | Confira artigo especial sobre o caçula dos Irmãos Gibb”

  1. Uma pena. Três falecidos. Agora só temos o Barry que não sei se ainda está cantando. O melhor show dos Gees foi Live By Request. Em 2001. As músicas deles se eternizaram e fizeram uma infinidade de fans.

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