O Homem e sua Dualidade: Devaneios sobre Conflitos da Mente Humana

“Espera… o que isso tem a ver com música? Isso não era uma coluna musical?! Não sei, tô perdido”. Apesar do título cheio de firulas, garanto que não passa de devaneios mesmo. De uma pessoa bloqueada, diga-se de passagem.

Bem, o assunto da Frequência Não Modulada de hoje não é exatamente sobre música/artista em especial. Se você ler bem, a música está presente no texto. Subliminarmente. A música de Clint Mansell – inspirada no Lago dos Cisnes de Tchaikovsky – para o longa de Darren Aronofsky, Cisne Negro (Black Swan, 2011) é a inspiração para o texto abaixo. Logo, não deixa de ser uma coluna de música, já que ela foi a culpada para tais devaneios.

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Dirigido por Darren Aronofsky, o filme estrelado por Natalie Portman, ganhadora do Oscar 2011 de Melhor Atriz, utiliza, assim como outros filmes do diretor, a pressão psicológica mesclada à superação de limites. Sobre como lutamos com nosso interior pra fazermos coisas que durante nossa vida inteira não tivemos colhões para colocar em prática. Para ler a crítica sobre o filme, escrita por mim para o Recanto Adormecido, que por sinal foi minha primeira colaboração para o site, confira neste link: http://recantoadormecido.com.br/2011/03/13/critica-cisne-negro-black-swan/

O filme e, principalmente sua trilha sonora, inspiraram a coluna de hoje, que fala do homem e sua dualidade, tema claramente explorado no contexto “cisne negro” de ser. É sobre comportamento, devaneios sobre nossa força interior. Sobre a capacidade de lutar contra nossos próprios demônios e lidar com nossos problemas. Afinal, a vida sempre faz o favor de colocar nossa capacidade a prova.

Agora, mais do que nunca, devido às atuais circunstâncias, eu tenho plena certeza de que o homem é um ser dual. Sua dualidade é tamanha, que nem o próprio imagina o quão complicada é a sua persona. O indivíduo nunca pensa, age ou defende completamente uma causa. É um constante duelo interno de egos. O bem e o mal andam lado a lado. Uma guerra onde o vencedor não sai na hora. Ambos vencem inúmeras batalhas, mas o resultado final da guerra pode durar meses ou até mesmo anos.

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Sendo o homem, ser (na maioria das vezes) racional, exposto ao seus medos, ele não consegue decidir se dá continuidade ao ato da sobrevivência nesta intensa selva vulgarmente conhecida de Planeta Terra. Parte do homem quer continuar, ser forte. E a culpa desse otimismo repentino? Os momentos de felicidade, por mais breves que sejam. A outra parte anseia, do fundo da alma, encerrar por aqui.

O homem quer viver e, acima de tudo, tentar entender o que sente. Tentar superar seus medos e resolver seus dilemas, mas não se sente apto para tal. O medo de lidar com a verdade absoluta dos fatos pode levá-lo a um colapso: alucinações. Já foi discutido que ninguém, em nenhuma hipótese, defende completamente uma causa. Em relação às alucinações: relativo. Claro que uma pessoa instável emocionalmente tem maior propensão para os mais variados tipos de pesadelos de olhos abertos.

Nem um indivíduo mais seguro de si está imune a essas alucinações. Nada impede. Ninguém, absolutamente ninguém, está imune a estes pesadelos de olhos abertos. Assim como ninguém está a salvo do seu lado sombrio. A complexidade dúbia do ser humano jamais deve ser questionada. O bem e o mal convivem juntos. Num eterno jogo de cartas ou numa simples queda de braço.

Seja bem vindo à sua própria batalha psicológica. Você pode demorar a vida inteira pra descobrir o vencedor final desta épica guerra. Tentar compreender a mente humana e o que se passa nela nesta altura do campeonato é um perigo. Um perigo sem volta.

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