Novo projeto do Sesc Ipiranga leva o púlico a exercitar outros sentidos além da visão

Programação especial que propõe ao público experiências em diversas linguagens. A visão como ponto preponderante e essencial é suprida, para que os outros sentidos como olfato e audição sejam colocados em ação. Entre os meses de fevereiro e março, o Sesc Ipiranga apresenta duas atividades dentro do projeto: O Grande Viúvo – Teatro Cego e Performance Sensorial.

O Grande Viúvo – Teatro Cego 

Peça baseada na obra do escritor Nelson Rodrigues, mais precisamente no conto “O Grande Viúvo” extraído do livro ‘A Vida como ela é’. A montagem conta a história de um viúvo que, após ter perdido sua amada esposa, convence a família que também quer morrer e ser enterrado junto à falecida. Porém, não antes de construir um mausoléu, onde ele repousará ao lado dela. A família, inconformada, tenta a todo custo convencê-lo a desistir do suicídio, mas tem apenas o tempo da construção do mausoléu para fazê-lo. Enfim, encontra uma forma inescrupulosa de evitar a tragédia. Mas o resultado disso tudo acaba sendo totalmente inesperado para todos.Todo o desenvolvimento da trama acontece em um local completamente escuro, fazendo com que os espectadores, sem poderem contar com a visão, tenham que se valer de todos os seus outros sentidos para compreenderem a peça. Essa condição ímpar insere o público no mesmo universo dos deficientes visuais, que se utilizam dos outros sentidos, somados à intuição, para compreenderem o mundo ao seu redor. Direção de Paulo Palado. Com Sara Bentes, Sérgio Sá, Giovanna Maira, Manoel Lima, Paulo Palado e Bruno Righi.

Performance Sensorial 

O público acompanha o espetáculo sentado e vendado, enquanto os atores declamam poemas e contos de Jorge Luis Borges, Júlio Cortazar e Eduardo Galeano. Além do textos, os artistas utilizam outros elementos, misturadondo sons de diferentes objetos, que produzirão ritmos variados. Enquanto declamam os textos, aguçam os sentidos dos participantes. Cada espectador terá, assim, uma visão única da apresentação. O universo acessado por cada imaginário é único e intransferível e o intuito da performance é fazer com que a plateia utilize outros sentidos para acompanhar a apresentação.