Estética sobre radiografias e tomografias marca a exposição de Wagner Kuroiwa

O possível encontro que existe entre a arte e a ciência é o que aproxima o trabalho do artista plástico e médico Wagner Kuroiwa. Em exposição de 06 a 30 de agosto, no Foyer Cultural do Club Transatlântico, Wagner contempla em suas obras o significado da existência, sua filosofia e a apreciação dos detalhes, características do universo subjetivo oriental.

Com técnicas que perpassam aquarelas, bico de pena e acrílico, o autor utiliza suportes como radiografias, tomografias e papel, como tela para a sua obra. A mostra intitulada “Desenhos e Pinturas de Wagner Kuroiwa” e com entrada gratuita, apresenta 20 obras do artista que estarão à venda, entre desenhos em pastel, aquarela e bico de pena, serigrafia e pintura acrílica sobre tela.

Formado pela Escola Paulista de Medicina em 1976, e com especialização em saúde pública e direito sanitário pela USP, suas pinturas e desenhos expressam as constantes interferências das ciências nas artes. “Eu exploro, pesquiso, procuro os limites, seja da minha arte, seja dos materiais”, confessa Wagner Kuroiwa, referindo-se a um de seus trabalhos inusitados, “Fluxo”, no qual utilizou 232 chapas de raios-X, como suporte e plataforma de experimentação.

Kuroiwa propõe o um “não limite” para a arte, suas infinitas possibilidades, a liberdade de criação e a utilização de suportes não convencionais, expressando assim, a condição humana. “A expressão artística é uma energia em transito, e aí você vê que as coisas são meio complementares mesmo, não há conflito, pelo contrário, elas são sinérgicas numa certa direção, então seja alegria, angústia, depressão, euforia, o quadro está lá sendo o ponto de impacto”, reflete Wagner Kuroiwa, propondo assim, a catarse, necessária à arte e à medicina.