Bate-papo sobre Ana Cristina Cesar com Armando Freitas Filho e Heloisa Buarque de Hollanda celebra o 60º aniversário da poeta

No dia 6 de junho, às 20h, o Instituto Moreira Salles presta homenagem a Ana Cristina Cesar (1952-1983), que completaria 60 anos no dia 2 de junho. A poeta carioca se destacou na década de 1970 por seu estilo intimista, marcado pela coloquialidade e tem sido objeto de leituras que cada vez mais a singularizam. Um bate-papo entre o poeta Armando Freitas Filho, que foi grande amigo de Ana Cristina, e a escritora e professora de teoria crítica da cultura da UFRJ, Heloisa Buarque de Hollanda, de quem a homenageada foi aluna, marca a comemoração de seu aniversário. O evento, aberto ao público, será gratuito, com distribuição de senhas a partir das 19h.

Dotada de privilegiada consciência crítica, Ana Cristina Cesar foi incapaz de separar vida e literatura. Sua versatilidade facilitou o trânsito entre áreas distintas, desde a poesia, passando pelo cinema, pela crítica literária, até a tradução. Expoente da chamada geração marginal, ao lado de Cacaso, Chacal e Nicolas Behr, Ana Cristina Cesar foi incluída por Heloisa Buarque de Hollanda na antologia 26 poetas hoje (1975), seleção que reuniu trabalhos de nomes como Francisco Alvim, Roberto Piva e Waly Salomão, intérpretes de uma liberdade estética incomum, que aproximou leitores e poesia por meio de informalidade e de um aparente improviso.

Em 1980, a partir de sua dissertação de mestrado na Escola de Comunicação da UFRJ, Ana Cristina Cesar publicou o livro Literatura não é documento, um levantamento de documentários sobre escritores ou movimentos literários do Brasil. Do período em que estudou na Universidade de Essex, na Inglaterra, onde legitimou seu talento de tradutora, resultou a produção do livro Escritos da Inglaterra (ensaios e textos sobre tradução e literatura), publicado postumamente, em 1988, com organização de Armando Freitas Filho. Em 1982, Ana Cristina Cesar publicou A teus pés, reunião de seus três primeiros livros: Cenas de abril, de 1979; Correspondência completa, do mesmo ano, uma única e longa carta endereçada a My dear, publicada em edição artesanal; e Luvas de pelica, de 1980, em formato de diário. As reedições foram acrescidas de um quarto conjunto, até então inédito, intitulado A teus pés, que dá título ao livro.

A morte inesperada de Ana Cristina Cesar, em 29 de outubro de 1983, deixou ao amigo Armando Freitas Filho a tarefa de guardar e organizar seu acervo. Um dos mais devotados estudiosos da obra da poeta, Freitas Filho organizou, com a ajuda de Maria Luiza, mãe de Ana Cristina, e da amiga Grazyna Drabik, a edição de Inéditos e dispersos (prosa e poesia), de 1985. O escritor também foi o responsável pela organização do livro Escritos no Rio (1993), trabalho que reflete a dedicação de Ana Cristina à crítica literária.

SERVIÇO
Ana 60 Cesar – Bate-papo entre Armando Freitas Filho e Heloisa Buarque de Hollanda.
Data: Dia 6 de junho de 2012, às 20h
Instituto Moreira Salles – Rio de Janeiro
Local: Auditório do IMS-RJ
Endereço:
Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea
Tel.: (21) 3284-7400/ (21) 3206-2500
Entrada franca
Lugares limitados – distribuição de senhas a partir das 19h

*As informações são de responsabilidade de seus organizadores e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.

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