Entre os dias 4 e 10 de maio, o Instituto Moreira Salles recebe no Rio de Janeiro o Doku.Arts, festival de cinema alemão que exibe exclusivamente documentários que tenham como temática central a arte e os artistas de todas as áreas. A programação no IMS-RJ inclui a exibição de sete filmes e o debate, no dia 8 de maio, às 20h, O documentário como crítica de arte, com a participação do idealizador da mostra, o diretor Andreas Lewin, e a artista visual e poeta carioca, Laura Erber.
Nos filmes selecionados para compor a primeira edição brasileira da mostra estão retratadas as artes cênicas, visuais, a literatura, e o próprio cinema. A ideia é demonstrar o que significa ser artista nos dias de hoje e, para isso, os cineastas do Doku.Arts evitam simples biografias e enfrentam o desafio de retratar esses artistas como personagens deles mesmos, driblando seus egos e posturas evasivas. A proposta é proporcionar ao público uma reflexão sobre a produção artística com base na vida e obra de artistas como o escritor Paul Bowles, o pianista Glenn Gould, o diretor de teatro Daniel Schmid, a artista plástica Louise Bourgeois, entre outros.
Desde sua primeira edição, em 2006, a mostra já recebeu convidados como Anès Varda, Shirin Neshat, Olivier Assayas, Helmut Lachenmann e Bruno Monsaingeon, tendo sido realizado por dois anos (2006 e 2007) em Berlim, na Alemanha e por três (2008, 2009 e 2010) em Amsterdam, na Holanda. Em 2012, o Doku.Arts volta a Berlim além de expandir horizontes, chegando ao Brasil, pela primeira vez, graças à parceria estabelecida entre a organização do festival e o Instituto Moreira Salles. Todos os filmes que serão exibidos no IMS-RJ foram escolhidos por Andreas Lewin e José Carlos Avellar, curador do cinema do Instituto. Veja a programação completa:
4 de maio, sexta-feira
17h00: Louise Bourgeois: No Trespassing (Louise Bourgeois), de Nigel Finch (Inglaterra, 1994. 54’)
Nessa entrevista feita para a série “Arena” da BBC, a artista explica as motivações de seus trabalhos. Entre os muitos comentários irônicos sobre si mesma e suas criações, Louise Bourgeois (1911-2010) faz uma advertência para a câmera com um cartaz em que se lê: “no trespassing”.
20h00: James Benning, ao redor da imagem (James Benning – Circling the image), de Reinhard Wulf (Alemanha, 2003. 84’)
Um retrato do diretor americano, durante as filmagens de 13 Lakes. No cinema desde 1971, o autor de mais de 50 documentários fez produções independentes, de longos planos-sequência, num diálogo entre o cinema e a pintura.
5 de maio, sábado
16h00: Que venha a tempestade: a vida de Paul Bowles, (Let it come down: the life of Paul Bowles), de Jennifer Balchwal (Canada, EUA, 1998. 72’)
Escritor de O céu que nos protege e Que venha a tempestade, Paul Bowles (1910-1999) é visto em depoimentos de William Burroughs, Allen Ginsberg, Mohamed Choukri, Mohamed Mrabet, Tom McManus e Amina Bakalia – entre outros.
20h00: Glenn Gould, para além do tempo (Glenn Gould, au delà du temps), de Bruno Monsaingeon (Canadá, 2006. 106’)
Autor de uma série de documentários sobre músicos (entre outros David Oistrakh, Yehudi Menuhim, Svyatoslav Richter e Dietrich Fischer-Dieskau), Monsaingeon reúne nesse filme um precioso material de arquivo sobre Gould.
6 de maio, domingo
16h30: Louise Bourgeois: No Trespassing (Louise Bourgeois), de Nigel Finch (Inglaterra, 1994. 54’)
20h00: Daniel Schmid, o gato que pensa (Daniel Schmid, le chat qui pense) de Pascal Hoffman e Benny Jaberg (Suiça, 2010. 83’)
Com depoimentos de Ingrid Caven, Werner Schroeter, Renato Berta, Bulle Ogier e Shigueniko Hasumi, um retrato do realizador suíço (1941-2006), autor de filmes marcados pela influência da ópera e do teatro japonês – como por exemplo: La Paloma (La Paloma, 1974; A sombra do anjo (Schatten der Engel, 1976) e Beresina (Beresina,1999)
8 de maio, terça-feira
16h00: Que venha a tempestade: a vida de Paul Bowles (Let it come down: the life of Paul Bowles), de Jennifer Balchwal (Canada, EUA, 1998. 72’)
18h00: Ele interpretava sua sombra (Er spielte seinen Schatten mit), de Andreas Lewin (Alemanha, 2002, 75’)
Documentário que inspirou Lewin a fundar o Doku.Arts. O filme trata da trajetória enigmática do ator Klaus Kammer, falecido aos 34 anos em circunstâncias obscuras, e responsável por uma das mais brilhantes interpretações do texto de Kafka Relatório para uma academia.
20h00: O documentário como crítica de arte – debate com Andreas Lewin e Laura Erber. Entrada franca
9 de maio, quarta-feira
16h00: Boris Ryzhy – A feiura é uma beleza que não cabe na alma (Boris Ryzhy – ugliness is beauty that cannot be contained within the soul) de Aliona van der Horst (Holanda, 2009. 60’)
“Todos os meus poemas são sobre amor e morte, não há outros temas”, dizia Boris Rhyzy, poeta russo que se suicidou em 2001 aos 26 anos. Além de poeta reconhecido e premiado em vida, Rhyzy foi um boxeador e vivia bem de perto a criminalidade efervescente durante a Perestroika.
20h00: Glenn Gould, para além do tempo (Glenn Gould, au delà du temps), de Bruno Monsaingeon (Canadá, 2006. 106’)
10 de maio, quinta-feira
16h30: James Benning, ao redor da imagem (James Benning – Circling the image), de Reinhard Wulf (Alemanha, 2003. 84’)
20h00: Boris Ryzhy – A feiura é uma beleza que não cabe na alma (Boris Ryzhy – ugliness is beauty that cannot be contained within the soul) de Aliona van der Horst (Holanda, 2009. 60’)
Instituto Moreira Salles
Endereço: Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 3284-7400; Fax: (21) 2239-5559
Ingressos: R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia)
De terça a sexta, das 13h às 20h
Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h
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Ambiente WiFi
Acesso a portadores de necessidades especiais
Estacionamento gratuito no local
Capacidade da sala: 113 lugares
Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala
O cinema do IMS funciona de terça a domingo
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