Mais um lançamento internacional do selo Vigilante (Deck) chega hoje (09/06) em formato digital: o álbum “Lesser Known” do projeto Adventure, do americano Benny Boeldt.
O Adventure, projeto do compositor, produtor e vocalista norte-americano Benny Boeldt, estreou em 2008, com um álbum homônimo sem vocais (com exceção de alguns trechos de diálogo do filme “Blade Runner”). O disco evocava, musicalmente, uma viagem enérgica pelas expansões externas de uma primitiva placa de som de computador. Uma experiência que levou os ouvintes a passearem por montanhas “pixeladas” e explorarem as esquinas escuras dos mais modernos cenários urbanos. Se tais opções artísticas podem ter feito a musica do Adventure parecer um pouco fria e impessoal, em “Lesser Known”, seu novo álbum, Benny Boeldt iluminou seu som, com crescentes explosões de sintetizadores e paredes sonoras ao estilo M83.
Logo na primeira faixa, “Open Door”, a caixa repleta de reverb, o baixo pulsante e o ataque de sintetizadores e teclados atuam como um remix de algum sucesso pop da década de 80, quase como se Boeldt estivesse saudando o ouvinte para o vasto novo ambiente de “Lesser Known”. Sua estética permanece nesses mesmos anos 80, mas a musicas soam mais como um hit retrô-futurista das rádios do que as modulações arqueadas do seu primeiro álbum. Em faixas como “Fool´s Paradise” e “Smoke and Mirrors”, Boeldt parece apontar o espaço que separa a música do New Order e a do Nu Shooz, criando um som que agrada tanto aos depressivos e reclusos quanto aos festeiros buscando uma pista.
Aqueles que temem que “Lesser Known”, porém, seja em excesso um álbum perdido do saudoso pop dos anos 80, ficarão felizes ao ouvir músicas como “Relax The Mind” e “Lights Out”. Batidas dançantes permeiam a estrutura do álbum, mas as duas últimas faixas, “Electric Eel” e “Meadows” introduzem uma atmosfera mais reflexiva, talvez antecipando os empreendimentos musicais futuros de Boedlt. Companheiro de selo e expoente da mesma geração de Toro y Moi, a nova empreitada do Adventure ilustra o tamanho potencial criativo de um grupo de artistas que filtrou as suas referências musicais 80`s por um vídeo game retro e ainda fotografou todo esse processo com uma máquina Lomo. Eles lembram que os anos 70, em todas as referências funk exploradas por Toro y Moi, e 80 podem continuar fontes inesgotáveis de referências. Basta usar o filtro certo.