Entrando na quinta semana de exibição, ‘Central’ leva mais de 12 mil pessoas aos cinemas

O longa-metragem CENTRAL, dirigido por Tatiana Sager e codirigido por Renato Dornelles, entra na 5ª semana de exibição dos cinemas da capital gaúcha e segue em cartaz em Caxias do Sul e em quatro cidades de Santa Catarina (Balneário Camboriú, Criciúma, Joinville e Blumenau). A produção da Panda Filmes já levou mais de 12 mil pessoas às telonas de todo Brasil. Além de denunciar problemas comuns a diversos presídios do país, como a superlotação, falta de infraestrutura, esgoto a céu aberto, consumo livre de drogas e tráfico de armas, o documentário traz a tona a singularidade do Presídio Central de Porto Alegre: a convivência dos detentos em galerias sem celas e o comando das facções criminosas que ditam as regras dentro e fora da cadeia – o que se reflete nos índices de criminalidade no Rio Grande do Sul.

“Hoje o preso sai de dentro da cadeia sempre devendo. As pessoas que são presas viram escravos ou soldados das lideranças criminosas. Grande parte dos presos que saem do Presídio Central tem dívida para pagar, assim, como não tem trabalho acabam voltando ao crime”, aponta a diretora do filme. Hoje 69% dos apenados retornam ao crime depois de libertos.

O filme também denuncia a falta de atuação e controle do Estado hoje no sistema penitenciário, que traz consequências alarmantes para a sociedade. “Não me parece existir um interesse do Estado em querer melhorar esse sistema. Ao permitir às facções o controle de pontos básicos dentro do presídio, como o fornecimento de uma alimentação razoável, de roupas e de material de higiene, o Estado economiza. Ao mesmo tempo em que obviamente produz um alto preço a ser pago pela população com o aumento da criminalidade nas ruas”, explica Dornelles. O roteirista diz que o primeiro passo para o Estado reduzir o poder das facções é acabar com a superlotação. Infelizmente, para o codiretor Renato Dornelles a situação do sistema carcerário e do poder das facções dentro de todos os presídios do país é “um barril de pólvora permanente”.

Sobre o filme

O documentário é inspirado no livro Falange Gaúcha – a história do Crime Organizado no RS, de Renato Dornelles, que aborda a dimensão das disputas de poder entre as facções, os conceitos de violência simbólica e econômica, segregação e vulnerabilidade social e, ao mesmo tempo, os conceitos de vingança privada, universidade do crime e o senso comum, expresso no ditado popular “bandido bom é bandido morto!”. Lançado nacionalmente no dia 30 de março, ‘Central’ está em cartaz, além da capital gaúcha, em Caxias do Sul e em quatro cidades de Santa Catarina (Balneário Camboriú, Criciúma, Joinville e Blumenau).
Com sessões lotadas em Porto Alegre e com grande aceitação por parte do público nas demais cidades, o filme é unanimidade entre os críticos como um documentário impactante que revela com qualidade a dimensão das disputas de poder entre as facções dentro da cadeia e a realidade de vulnerabilidade social a que são submetidos os detentos. Para muitos, Central é um filme necessário para entender a lógica entre o caos do sistema carcerário no Brasil e a onda de violência e criminalidade das principais cidades brasileiras.

Premiações

O documentário recebeu os prêmios de Melhor Documentário de Língua Portuguesa no FESTin – Portugal (2016), de Melhor Documentário no 33° Prêmio Nacional dos Direitos Humanos de Jornalismo (2016) e de Finalização FAC-RS (2014). Além de ter participado da seleção oficial do Florianópolis Audiovisual do Mercosul (FAM), em Santa Catariana (2016), e do DocMontevideo, no Uruguai (2016), da Mostra Panorama do Festival Visões Periféricas, no Rio de Janeiro (2016) e da Mostra Gaúcha do Festival de Cinema de Gramado, no RS (2016).

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