Mostra De|generadas no Sesc Santana exibe filme ‘Precisamos falar sobre assédio’

No dia 16 de março, o Sesc Santana inaugura a terceira edição da Mostra De|generadasSurgido justamente a partir da percepção da necessidade de se discutir o feminismo, seu papel para assegurar a dignidade da mulher e a importância da disseminação do conceito, o projeto ganha uma terceira edição, o que reforça a persistência do discurso. Assim como nas edições anteriores, parte de uma perspectiva histórica mundial do movimento, tendo como recorte o contexto brasileiro, e apresenta a herança e a perspectiva atual da luta pela igualdade de gêneros.

O De|generadas³ foi pensado em um novo formato. Antes concentrada, a programação passa a adquirir dimensão anual, dividida em ciclos que ocorrem sempre nos últimos finais de semana de cada mês, até novembro de 2017. Cada um desses blocos será composto por manifestações de diversas linguagens artísticas e atividades de formação, como palestras, bate-papos, cursos entre outras.

Como de costume, a mostra retorna em março, mês da mulher, com a exibição do documentário “Precisamos falar sobre assédio” seguido de debate com a diretora do filme, Paula Saccheta. E já na semana seguinte se inicia a série de atividades.

Confira abaixo a programação completa:

EXIBIÇÃO FILME

Precisamos falar sobre assédio | 16/03, quinta, das 19h às 22h | Livre | Grátis | Teatro (Dir.: Paula Saccheta | BRA | 2016 | 80min.) (FOTOS ACIMA)

Exibição do filme Precisamos falar sobre assédio seguido de debate com a diretora, a jornalista Paula Saccheta. Mulheres de diversos recortes sociais falam sobre suas experiências pessoais com o assédio sexual. O documentário apresenta, em oitenta minutos, os relatos de 26 dessas mulheres. Como se dialogassem diretamente com o espectador, desabafam, muitas pela primeira vez, sobre traumas e situações humilhantes ocorridas com desconhecidos e, a maioria, com membros da família ou amigos próximos. A produção coloca em questão também a culpabilização da vítima aliada à naturalização do assédio.

Paula Saccheta integra o Instituto AzMina, instituição sem fins lucrativos cujo objetivo é usar a informação para combater os diversos tipos de violência que atingem mulheres brasileiras, levando em consideração as diversidades de raça, classe e orientação sexual. Produz a Revista AzMina, publicação online e gratuita para mulheres de A a Z.

PALETRA

A Negra na Mídia: Comunicação, Gênero e Raça | 23/03, quinta, das 19h às 22h | Livre | Grátis | Teatro

Como a mulher negra pode ser representada sem ser usada como simples objeto capitalista no mercado? O meio midiático é, cada vez mais, afetado pelos debates sobre diversidade, em parte por pressão social, e em parte pela necessidade de as empresas atenderem o público respeitando suas singularidades. Por outro lado, se questiona qual é o real benefício da representatividade, e como o debate pode se tornar mais profundo, fora do campo do comércio da imagem das mulheres negras. Conduzida por Gabriela Moura, a palestra pretende auxiliar o espectador a identificar e combater esteriótipos e pré-conceitos e discutir a representatividade ética, indo além da propaganda.

Gabriela Moura é graduada em Relações Públicas pela Universidade Estadual de Londrina, formada em cultura e idioma árabe pelo Centro Árabe Sírio de São Paulo e especializanda em Sociopsicologia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Possui 12 anos de experiência em comunicação corporativa e digital e é coautora do livro #MeuAmigoSecreto: Feminismo além das redes.

Retirada de ingressos disponível na Rede IngressoSesc a partir do dia 15/03, às 17h30.

INTERVENÇÃO

Festa Hot Pente | 24/03, sexta, das 19h às 22h | +14 anos | Grátis | Área de Convivência

Criado em março de 2014, o projeto itinerante de festa hip hop visa a valorização da cultura negra e do espaço da mulher no gênero. Para o De|generadas, foram convidados a rapper Kessidy Kess, o grupo de danças urbanas Gurias e o coletivo de poetas Slam das Minas. Hot Pente surge da iniciativa da jornalista Neomisia Silvestre e da produtora de moda Thaiane Almeida, o nome remete ao uso dos shortinhos/biquínis da década de 1940 e ao pente quente usado para alisar cabelos crespos.

VIVÊNCIA

Escambo Poético: Corpo, Gênero e Encarceramento | 25 e 26/03, sábado, das 14h às 18h e domingo, das 15h às 18h, e 01/04, sábado, das 16h às 18h | +12 anos | Grátis | Área de Convivência

A partir de um jogo de speed dating (encontro rápido), propõe-se às mulheres presentes um intercambio experiências, ideias e desejos. E então, são convidadas a estabelecer uma troca de correspondências com as detentas da Penitenciária Feminina da Capital (PFC).

SHOW

Paula Cavalciuk | 25/03, sábado, às 19h | Livre | Grátis | Deck do Jardim

Novidade no cenário nacional brasileiro, Paula Cavalciuk apresenta seu primeiro álbum Morte e Vida. Com produção de Gustavo Ruiz e Bruno Buarque, as composições, letras e interpretação ficam por conta de Paula. O álbum traz uma variedade de gêneros, com influências de ritmos latinos e música brasileira. Natural de Campinas, a compositora canta o que chama de “realidade individualmente coletiva”. Paralelamente, trabalha em uma série de projetos artísticos focados no empoderamento feminino para estimular meninas e mulheres a criar seu próprio conteúdo e compor suas próprias músicas. Ficha técnica: Paula Cavalciuk (voz e composição), Ítalo Ribeiro (produção e bateria), Vinícius Lima e Gustavo Marques (guitarras) e Gustavo Machado (baixo).

PERFORMANCE

Crútero | 25/03, sábado, das 20h às 21h | +18 anos | Grátis | Área de convivência

Quais são as possibilidades entre o erótico e o grotesco? Um corpo feminino, grávido e nu, ovos e projeções audiovisuais do vídeo mudo, constituído por passagens eróticas do filme americano Behind the Green Door (1972), compõem a cena. A artista entrega um ovo para cada um dos presentes, senta-se no cenário criado pelos ovos dispostos no chão, uma vasilha e a projeção. Quebra o restante dos ovos e deixa que as claras escorram pelo seu corpo. A textura das claras sobre o corpo gera uma viscosidade propícia para deslizar pelo chão. O corpo escorregadio não é capaz de levantar e as incessantes tentativas o levam à exaustão. Durante o processo, o vídeo é projetado sob a ação. O som dos ovos quebrando e os espasmos sonoros gerados criam composiçõs audiovisuais entre a projeção cinematográfica e a ação. Com Juliana Bom-Tempo.

BATE-PAPO

Feminismo: Uma Perspectiva | 26/03, domingo, das 16h às 18h | Livre | Grátis | Deck do Jardim

Com participação de Suzane Jardim e Inês Castilho, e Djamila Ribeiro como mediadora, a conversa aborda as perspectivas do movimento feminista no país. São colocados em pauta os atuais debates e reivindicações dentro de uma perspectiva histórica do feminismo no Brasil.

Inês Castilho é jornalista e pesquisadora. É cofundadora do jornal Nós mulheres, uma das editoras do Mulherio e realizadora dos filmes Mulheres da Boca e Histerias. Integra a equipe da revista digital Outras palavras.

Suzane Jardim é bacharela em História pela Universidade de São Paulo e pesquisadora de gênero e dinâmicas raciais. Foi articuladora e participante ativa das Ocupações Pretas na USP, movimento pela visibilidade da luta por cotas raciais na Universidade. É feminista interseccional e atua como educadora palestrando para jovens e adultos em escolas públicas da periferia sobre questões como violência de gênero, acesso à universidade, história e cultura do povo negro. Atualmente, realiza pesquisa sobre a colocação do negro em diferentes mídias e os estereótipos que cercam esse processo.

Djamila Ribeiro é, atualmente, uma das principais referências no movimento feminista negro. É pesquisadora na área de Filosofia Política e feminista. Foi secretária-adjunta da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo. Escreve para a revista Carta Capital e para os blogs Blogueiras Negras e Lugar de Mulher.

CURSO

Deve-se queimar Beauvoir? | 30/03 a 20/04, quintas, das 19h às 22h | +16 anos | Grátis | Sala de Múltiplo Uso III

O curso se propõe a apresentar um panorama sobre a vida e a obra de Beauvoir, com foco nos conceitos filosóficos da autora, necessários para a compreensão de sua análise sobre a mulher presente na obra O segundo sexo, e ainda discute a importância atual da autora na discussão de questões sobre a mulher e sobre gênero em diversos âmbitos. Conduzidos por Juliana Oliva, os encontros consistirão tanto no formato de rodas de conversa com base em leituras e aulas expositivas. Na última aula, os participantes apresentarão os seus pontos de vista sobre a filósofa.

Juliana Oliva é graduada em filosofia pela Universidade São Judas Tadeu. Concluiu o mestrado em Filosofia com a dissertação “Identidade e reciprocidade em O segundo sexo de Simone de Beauvoir”. Atualmente, é doutoranda em Filosofia na UNIFESP, onde pesquisa a relação erótica autêntica como imagem da reciprocidade entre homem e mulher em Simone de Beauvoir, a partir dos conceitos de O segundo sexo e das representações na obra literária Os mandarins.

SERVIÇO

Av. Luiz Dumont Villares, 579 – Jd. São Paulo. Tel.: (11) 2971-8700

Estacionamento – R$12,00 a primeira hora e R$ 3,00 a hora adicional – desconto para credenciados.

Para informações sobre outras programações ligue 0800-118220 ou acesse o portal sescsp.org.br

*As informações são de responsabilidade de seus organizadores e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.

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