Maria Rezende estreia Carne do umbigo, na Casa Rio, em Botafogo

A poeta, atriz e montadora de cinema e TV Maria Rezende já ouviu muita gente classificar sua obra literária como otimista, mas ela gosta mesmo de outra definição: citando Ariano Suassuna, se diz uma realista esperançosa. “Muitas vezes, começo com a dor, e termino com uma luz no fim do túnel”, resume a artista, que tem dezenas de poemas publicados em três livros e também disponíveis em vídeos no seu canal do YouTube. A partir do dia 18 de janeiro, uma seleção desses versos vai estar reunida no espetáculo Carne do umbigo, uma mistura de poesia, performance e videopoemas, que vai ocupar a Casa Rio, em Botafogo, durante quatro semanas.

A poesia falada é um dos pilares de seu trabalho. “Com 18, 19 anos, eu queria aprender a falar a poesia de meus autores preferidos e fui fazer aulas com a Elisa Lucinda. Só depois, tive coragem de começar a mostrar em público meus próprios poemas em eventos como o CEP 20.000”, lembra Maria que, em 2003, aos 24 anos, lançou seu primeiro livro, “Substantivo Feminino”. Depois, vieram mais dois: “Bendita Palavra” (2008) e “Carne do Umbigo” (2015), que também deu nome ao espetáculo. “Faço uma poesia contemporânea, de uma mulher urbana olhando para si mesma e para o mundo ao redor. O que sobressai é o meu olhar singular sobre esse universo”, define.

Concebido, dirigido e encenado pela própria autora, Carne do umbigo é um recital multimídia que tem como cenário em projeção as fotos de Ana Alexandrino, que clicou partes do corpo da poeta, e é costurado pelos videopoemas que se tornaram a marca de Maria. As imagens dos vídeos são captadas e editadas pela própria artista, que também é montadora de filmes como “Meu passado me condena 1 e 2” e ”Ponte aérea”, de Julia Rezende, “Em nome da lei”, de Sergio Rezende e “Tô Ryka”, de Pedro Antonio Paes e séries de TV como Questão de Família” e “Os homens são de Marte”. Carne do umbigo é um espetáculo que foi sendo criado, aos poucos, em apresentações em São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Belém até que se chegasse ao resultado final que o público tem a oportunidade de conferir agora na Casa Rio.

Paralelamente à vida literária e cinematográfica, Maria ganhou da vida mais uma profissão: a de celebrante de casamentos. A função, que ela já exercia informalmente durante dez anos, em casamentos de amigos, acabou virando trabalho, e hoje ela realiza cerimônias personalizadas e cheias de poesia, desde o “estamos aqui reunidos” até o “pode beijar a noiva”.

Sobre Maria Rezende

Maria Rezende é poeta, performer, montadora de cinema e televisão e celebrante de casamento. Publicou os livros Substantivo Feminino (2003), Bendita Palavra (2008) e Carne do Umbigo (2015). Por sua poesia, recebeu elogios de nomes como Manoel de Barros, Eduardo Galeano e Ferreira Gullar. “É poesia substantiva mesmo. A mulher inteira dentro das palavras. Poesia é fenômeno de linguagem do que de ideias. Isso você sabe. Sendo assim, você é poeta”, elogiou Manoel de Barros sobre seu livro de estreia.

Em seus quase vinte anos de vida literária, se apresentou com sua poesia por todo Brasil e também em Portugal. Seu trabalho encantou o escritor Marcelino Freire, que diz na orelha de Carne do Umbigo: “Tua poesia, mulher, me faz caminhar. Sem peso, sou depois dela, para a eternidade, um outro sujeito. Minha costela, meu esqueleto. Eu te mando meus ossos por completo. Toda vez que te ouço recitar teus versos. Eu fico bambo, bobo. Fico elétrico.

SERVIÇO
Carne do umbigo
Temporada: De 18 janeiro a 08 de fevereiro
Horário: quartas, às 21h
Local: Casa Rio
Endereço: Rua São João Batista, 105 – Botafogo
Telefone: (21) 2148-6999
Ingressos: R$ 30. Pagamento em dinheiro ou cartão de crédito.
Lotação: 30 pessoas
Duração: 50 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Funcionamento da bilheteria: em dias de sessão, a partir das 20h.

*As informações são de responsabilidade de seus organizadores e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.

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