Ciclo Humberto Mauro exibe sessão especial de Braza Dormida com acompanhamento musical ao vivo

Um dos cineastas fundamentais do nosso cinema, Humberto Mauro teve seus anos de formação esmiuçados por Paulo Emílio Sales Gomes no clássico Humberto Mauro, Cataguases, Cinearte (Editora Perspectiva, 1974). Como parte da programação comemorativa 100 Paulo Emílio, a Cinemateca apresenta o Ciclo Humberto Mauro, com oito dos seus longas-metragens preservados, como “O Descobrimento do Brasil” e “Lábios Sem Beijo”, raridades como os curtas-metragens produzidos para o INCE – Instituto Nacional de Cinema Educativo, além de uma sessão especial de “Braza Dormida”. O filme de 1928 foi restaurado pela Cinemateca Brasileira seguindo o método Desmet Colour e sua exibição terá acompanhamento musical da Orquestra Paulistana de Viola Caipira.

ciclo-humberto-mauro-braza-dormida

ciclo-humberto-mauro-braza-dormida-1

A revitalização do cineasta foi gestada por Paulo Emilio nos anos 1950. Tal ação afirmativa reconhecia a aplicação de muito do que era visto no cinema mundial em obras brasileiras, na cinematografia de Mauro. Não se sabe se foi em decorrência de Paulo Emílio ou somente percepções concomitantes, contudo foi em Humberto Mauro que o Cinema Novo encontrou sua raiz.

A necessidade de Paulo Emílio em compreender Humberto Mauro e sua obra configura-se de maneira similar à do cineasta em procurar as maneiras possíveis para um cinema brasileiro, de linguagem e expressão próprias. Ver – e rever – o cinema de Mauro é essencial para compreender o cinema brasileiro.

VEJA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA (clique aqui!)

QUINTA 10/11

SALA PETROBRAS
17h00 PROGRAMA DE CURTAS

SEXTA 11/11

SALA PETROBRAS
18h00 BRASILIANAS
19h30 SANGUE MINEIRO

SÁBADO 12/11

SALA PETROBRAS
18h00 LÁBIOS SEM BEIJOS
19h30 GANGA BRUTA
21h30 VICTÓRIA RÉGIA + DESCOBRIMENTO DO BRASIL

DOMINGO 13/11

SALA PETROBRAS
17h00 ARGILA
18h30 THESOURO PERDIDO
20h30 CANTO DA SAUDADE

QUINTA 17/11

SALA PETROBRAS
19h00 THESOURO PERDIDO
21h00 SANGUE MINEIRO

SEXTA 18/11

SALA PETROBRAS
19h00 LÁBIOS SEM BEIJOS
20h00 O CANTO DA SAUDADE

SÁBADO 19/11

19h30 BRASILIANAS

ÁREA EXTERNA
20h00 BRAZA DORMIDA

DOMINGO 20/11

SALA PETROBRAS
16h30 PROGRAMA DE CURTAS
18h00 DRAGÃOZINHO MANSO: JONJOCA + BRASA ADORMECIDA
20h30 MAURO, HUMBERTO + MEMÓRIA DE HELENA

SINOPSES E FICHAS TÉCNICAS

Thesouro perdido
Cataguases, 1927, 35mm, PB, 86’
Com: Lola Lys, Humberto Mauro, Bruno Mauro, Alzir Arruda, Paschoal Ciodaro

Os irmãos Bráulio e Pedro, após a morte do pai, são criados por um amigo, Hilário, pai de Susana. Quando Bráulio atinge a maioridade, Hilário lhe entrega o fragmento de um mapa de um tesouro. Esse fragmento é cobiçado por um bandido e um falso médico. Para conseguir o mapa, os bandidos assassinam um velho, dono do outro fragmento, e raptam Susana, exigindo a entrega do primeiro pedaço do mapa.

Braza dormida
Cataguases, 1928, 35mm, PB, 65’
Com: Nita Ney, Luiz Soroa, Máximo Serrano, Fantol, Rosendo Franco, Cortes Real

Após gastar todos os seus recursos no Rio de Janeiro, Luiz larga os estudos e emprega-se como gerente em uma usina no interior onde se apaixona pela filha do patrão, Anita. Enciumado, o ex-gerente envia cartas anônimas relatando o namoro ao dono da usina, que contrariado afasta a filha do negócio. Com saudades da namorada, Luiz vai a seu encontro. Para se vingar, o ex-gerente faz explodir uma bomba na usina.

Sangue Mineiro
Cataguases, 1929, 35mm, PB, 82’
Com: Carmem Santos, Nita Ney, Luiz Soroa, Maury Bueno, Máximo Serrano

Filha adotiva de milionário mineiro tenta o suicídio depois de ver o namorado beijando a irmã. É salva por dois irmãos que irão disputar o seu amor, quando ela se refugia na casa da família deles.

Lábios Sem Beijos
Rio de Janeiro, 1930, 35mm, PB, 53’

Moça rica e moderna se apaixona por um homem com reputação de Don Juan. Coincidência de nomes a leva a crer que sua irmã caçula também está apaixonada pelo mesmo tipo e rompe com ele. Após conhecer o noivo da irmã, a moça procura o namorado para desfazer o mal-entendido.

O Descobrimento do Brasil
Rio de Janeiro, 1937, 35mm, PB, 60’
Com: Álvaro Costa, Manoel Rocha, Alfredo Silva, De Los Ros, Reginaldo Calmon

Adaptação da carta de Pero Vaz de Caminha por Humberto Mauro. Narra a partida das 13 naus de Pedro Álvares Cabral de Lisboa e sua difícil trajetória pelo mar desconhecido, a chegada a uma nova terra, o encontro com o povo indígena, o fascínio pelos animais, as pessoas, as plantas.

Argila
Rio de Janeiro, 1942, 35mm, PB, 90’
Com: Carmem Santos, Celso Guimarães, Lídia Mattos, Floriano Faissal, Saint-Clair Lopes

Admiradora de obras de arte e, em especial, da cerâmica de Marajó, jovem viúva compra uma cerâmica de objetos utilizados e a entrega a um talentoso artesão, para que desenvolva suas habilidades artísticas. Apaixonado pela patroa, o jovem desfaz seu namoro com uma moça da região. Alertada pelo pai da moça sobre o acontecido, a viúva, apesar de amá-lo secretamente, recusa o amor do ceramista.

O Canto da Saudade
Volta Grande, 1952, 35mm, PB, 83’
Com: Cláudia Montenegro, Mário Mascarenhas, Humberto Mauro, Alfredo Souto de Almeida

Coronel Januário candidata-se a prefeito da cidade. Maria Fausta, afilhada do coronel, é cortejada por Galdino, acordeonista da região, mas namora João do Carmo às escondidas do pai. Durante a campanha eleitoral, a moça desaparece. Após intensas buscas, Galdino a localiza, junto com seu namorado, em um esconderijo arrumado pelos padrinhos. O casal retorna e o coronel promove o casamento. Durante a festa, percebe a ausência de Galdino, que havia partido. Segundo a lenda da região, em certos dias, quem passa perto do canavial pode ouvi-lo tocando, triste, a sanfona, saudoso do amor da cabocla.

Carro de Bois
Volta Grande, 1974, 35mm, cor, 10’

Praticamente superado pela modernas técnicas, o carro-de-bois ainda faz parte das paisagens de nosso sertão, indo aonde o caminhão não vai, numa mistura de utilidade e poesia, transportando o mais variado tipo de carga. O filme mostra como ele é feito, e o artesão que o fabrica.

O Café – História e Penetração no Brasil
Rio de Janeiro, 1958, 35mm, PB, 30’

A trajetória do café no Brasil, o plantio, a colheita, o beneficiamento, o transporte, a distribuição e o consumo.

Um Apólogo: Machado de Assis 1839-1939, de Humberto Mauro e Edgard Roquette-Pinto
Rio de Janeiro, 1939, 35mm, PB, 15’

Com: Grace Moema, Júlia Dias, Déa Selva, Nelma Costa Darcy Cazarré; Locução: Lucia Miguel Pereira; Narração: Edgard Roquette-Pinto

O Despertar da Redentora
Petrópolis, 1942, 35mm, PB, 21’
Com: Lydia Mattos

Passa-se em 1862, sobre um episódio da vida da Princesa Izabel, quando contava apenas 16 anos de idade e um ano menos a sua irmã, a Princesa Leopoldina.

Dragãozinho Manso: Jonjoca
Rio de Janeiro, 1942, 35mm, PB, 25’
Narração: Lucia Benedetti

Após a grande luta, São Jorge, ao invés de matar o dragão, resolve levá-lo para casa e ensiná-lo a ficar bonzinho. Depois da conversão o dragãozinho tenta fazer amizade com outros animais e pessoas, mas seus esforços são sempre destruídos por sua aparência. Todos morrem de medo e fogem em disparada na presença de Jonjoca. Em mais uma tentativa frustrada de se incluir na sociedade, o dragãozinho é ferido e procura a ajuda de São Jorge. Em tratamento no castelo, Jonjoca conhece Maria Terezinha, sobrinha de São Jorge que se torna sua primeira amiga. Ainda machucado, o Dragão salva uma criança em perigo e se torna herói.

Victoria Regia
Rio de Janeiro, 1937, 35mm, PB, 9’
Narração: Edgard Roquette-Pinto

Recanto amazônico, recomposto no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, que mostra o habitat natural da vitória-régia. Descrição, origem, história e o processo de fecundação da planta.

Preparo e Conservação dos Alimentos (série Educação rural)
Rio de Janeiro, 1955, 35mm, PB, 11’

Exemplos de preservação de alimentos obtidos em épocas de fartura, como a conservação e a transformação do leite, ovos, frutos e derivados a partir de conhecimentos domésticos. Curta integrante da série Educação rural.

Canções Populares: Chuá Chuá e Casinha Pequena (série Brasilianas n.1)
Rio de Janeiro, 1945, 35mm, PB, 7’

As cantigas populares Chuá chuá e A casinha pequenina, ilustradas com cenas da vida rural.

Canções Populares: Azulão e Pinhal (série Brasilianas n.2)
Rio de Janeiro, 1948, 35mm, PB, 6’

Interpretação cinematográfica das canções populares Azulão e O Pinhal.

Aboio e Cantigas (série Brasilianas n.3)
Rio de Janeiro, 1954, 35mm, PB, 9’

Na tradição das vaquejadas, existem romances de bois lendários, como as solfas do Boi surubi e Meu boi morreu, cantigas que, assim como as de aboio e apartação, constituem as mais belas melodias do folclore brasileiro.

Engenhos e Usinas – Música Folclórica (série Brasilianas n.4)
Rio de Janeiro, 1955, 35mm, PB, 8’

O abandono dos primitivos engenhos, superados pela tecnologia das modernas usinas.

Cantos de Trabalho (série Brasilianas n.5)
Rio de Janeiro, 1955, 35mm, PB, 10’

Três cantos de trabalho oriundos de diferentes regiões do país. O canto de pilão, praticado nas regiões Central e Nordeste; o canto do barqueiro, do Rio Jequitinhonha; e o canto de pedra, realizado em vários estados.

Cantos de Trabalho (série Brasilianas n.5)
Rio de Janeiro, 1955, 35mm, PB, 10’

Três cantos de trabalho oriundos de diferentes regiões do país. O canto de pilão, praticado nas regiões Central e Nordeste; o canto do barqueiro, do Rio Jequitinhonha; e o canto de pedra, realizado em vários estados.

Manhã na Roça: o Carro de Bois (série Brasilianas n.6)
Rio de Janeiro, 1956, 35mm, PB, 8’

Um carro de boi ainda faz parte das paisagens do nosso sertão, numa mistura de utilidade e poesia.

Meus Oito Anos – Canto Escolar (série Brasilianas n.7)
Rio de Janeiro, 1956, 35mm, PB, 11’

Interpretação cinematográfica do poema homônimo de Casimiro de Abreu.

A Celha a Fiar (série Brasilianas)
Rio de Janeiro, 1964, 35mm, PB, 5’
Com: Matheus Collaço

A antiga canção popular do interior do Brasil ilustrada com aspectos, tipos e costumes das velhas fazendas em decadência.

Memória de Helena, de David Neves
Rio de Janeiro, 1969, 35mm, COR e PB, 80’
Com: Adriana Preito, Arduíno Colasanti, Rosa Maria Pena, Humberto Mauro

Num apartamento carioca, Rosa e Renato recordam suas ligações com Helena, através de um diário deixado pela moça e alguns filmezinhos domésticos: o início da amizade com Rosa, o aparecimento de Renato e o namoro, o cotidiano em Diamantina, seus passeios com a empregada Inês, seus gatos, seus recantos privados… Primeiro longa de David Neves, com roteiro de Paulo Emílio Salles Gomes.

Mauro, Humberto, de David Neves
Rio de Janeiro, 1975, 35mm, COR, 21’
Com: Humberto Mauro, Alex Viany, Glauber Rocha

Documentário sobre um dos pioneiros do cinema brasileiro: Humberto Mauro. O cotidiano do cineasta em sua casa (Volta Grande – MG) e em seu escritório no antigo Instituto Nacional de Cinema, hoje Embrafilme. Além de um depoimento do diretor, são também entrevistados os cineastas Alex Viany e Glauber Rocha, que falam da importância de Humberto Mauro no cinema Brasileiro.

Brasa Adormecida, de Djalma Limongi Batista
São Paulo, 1986, 35mm, cor, 105’
Com: Maitê Proença, Edson Celulari, Paulo César Grande, Anselmo Duarte, Ilka Soares

No início dos anos 60, Bebel, filha de um almirante casado pela segunda vez com uma ex-vedete, está prestes a casar-se com Toni, seu primo rico. Ticão, primo e companheiro de infância dos noivos, que nunca saiu da fazenda, resolve boicotar o casamento. A confusão entre os três acaba por generalizar-se entre os tios, primos, empregados e parentes reunidos.

SERVIÇO

Ciclo Humberto Mauro – 100 Paulo Emílio
De 10 a 20 de novembro
Entrada Grauita
Cinemateca Brasileira
Largo Senador Raul Cardoso – 270
Vila Clementino

*As informações são de responsabilidade de seus organizadores e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *