Cinemateca Brasileira apresenta em outubro programação especial com comédias brasileiras

Prosseguindo com as atividades comemorativas em torno do centenário de nascimento de Paulo Emilio Sales Gomes, a Cinemateca Brasileira apresenta uma programação especial de comédias brasileiras. Gênero que atravessa todos os períodos da história de nosso cinema, a comédia tem sido uma das formas narrativas mais visitadas pelos cineastas brasileiros e de maior sucesso comercial no país, responsável por sustentar a produção cinematográfica nacional em diversos momentos de sua história.

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Aviso aos navegantes (1950), de Watson Macedo

Sempre atento ao cinema como fenômeno social, Paulo Emilio observou atentamente o fenômeno, destacando em artigos a popularidade de figuras como Mazzaropi, Mesquitinha, Oscarito, Grande Otelo, Ankito, Zé Trindade e o trabalho de cineastas como Watson Macedo, Carlos Alberto de Souza Barros e César Memolo Jr, Carlos Manga, Alberto Cavalcanti, Luiz de Barros, que se dedicaram ao gênero em diversos momentos. Ao comentar uma sessão de um filme de Mazzaropi no Largo Paissandu, afirma: “A sala estava apinhada e como encarei fita e público como um dado só, minha curiosidade nunca decaiu. O conjunto do espetáculo tinha faces arcaicas e modernas que nunca se confundiam”. (Mazzaropi no Largo do Paissandu, Jornal da Tarde, 19 de abril de 1973).

Entre os destaques da programação estão obras-primas como Simão, o caolho, de Alberto Cavalcanti e Aviso aos navegantes, de Watson Macedo, sucessos de Mazzaropi como Candinho, de Abílio Pereira de Almeida e Sai da frente, de Abílio Pereira de Almeida, além de uma farsa analisada minunciosamente por Paulo Emilio (em Conto, fita e consequências, no Suplemento literário, 13 de abril de 1957), Osso, amor e papagaios, de Carlos Alberto de Souza Barros e César Memolo Jr. Confira nossa programação!

VEJA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA (clique aqui!)

QUINTA 06/10
SALA PETROBRAS

18h SAI DA FRENTE
20h RICO RI A TOA

SEXTA 07/10
SALA PETROBRAS

18h CARNAVAL ATLÂNTIDA
20h CANDINHO

SÁBADO 08/10
SALA PETROBRAS

18h AVISO AOS NAVEGANTES
20h SIMÃO, O CAOLHO

DOMINGO 09/10
SALA PETROBRAS

16h30 OSSO, AMOR E PAPAGAIOS
18h30 A FAMÍLIA LERO-LERO
20h30 É FOGO NA ROUPA

QUINTA 13/10
SALA PETROBRAS

18h É FOGO NA ROUPA
20h OSSO, AMOR E PAPAGAIOS

SEXTA 14/10
SALA PETROBRAS

19h SIMÃO, O CAOLHO
21h A FAMÍLIA LERO-LERO

SÁBADO 15/10
SALA PETROBRAS

17h CARNAVAL ATLÂNTIDA

DOMINGO 16/10
SALA PETROBRAS

16h30 CANDINHO
18h30 RICO RI À TOA
20h30 SAI DA FRENTE

SINOPSES E FICHAS TÉCNICAS

Aviso aos navegantes, de Watson Macedo
Rio de Janeiro, 1950, 35mm, pb, 113’| Exibição em beta digital
Com: Oscarito, Grande Otelo, Anselmo Duarte, Eliana

Navio parte de Buenos Aires para o Rio de Janeiro. No meio da viagem, os passageiros recebem alerta de que um perigoso espião está a bordo. Todos se unem para capturá-lo, dando início a uma série de aventuras intercaladas por números musicais e desencontros amorosos. Chanchada dos estúdios Atlântida.

Classificação indicativa: Livre

Candinho, de Abílio Pereira de Almeida
São Paulo, 1953, 35mm, pb, 94’ | Exibição em Beta Digital
Com: Amácio Mazzaropi, Marisa Prado, Ruth de Souza, Adoniran Barbosa

Caipira abandona o campo e segue para São Paulo para tentar a vida. Lá encontra seu grande amor – a filha do fazendeiro para quem até então trabalhara. A moça é agora dançarina de cabaré na capital. O caipira fará de tudo para reavê-la e levá-la de volta à fazenda paterna. Livre adaptação do Cândido, de Voltaire, Candinho marca a estreia de Mazzaropi no papel que o consagraria anos mais tarde. Fotografia de Edgar Brasil.

Classificação indicativa: Livre

Carnaval Atlântida, de José Carlos Burle
Rio de Janeiro, 1952, 35mm, pb, 92’
Com: Oscarito, Grande Otelo, Cyll Farney, Eliana, José Lewgoy, Colé, Renato Restier, Wilson Grey

Dois malandros cariocas, Piro e Miro, apresentam ao Dr. Cecílio B. de Milho, produtor da Acrópoles Filmes, o argumento de uma chanchada. O produtor, que sonha fazer um épico sobre Helena de Tróia, recusa o argumento, mas termina por empregá-los como faxineiros do estúdio. Em seguida, decidido a realizar seu filme, Cecílio contrata o professor Xenofontes, especialista em mitologia grega, para ajudar na realização do épico. A partir daí, os dois malandros entram em conflito com o nobre sábio e, depois de muitas confusões, o filme de Cecílio B. de Milho acaba virando uma festiva comédia carnavalesca.

Classificação indicativa: Livre

É fogo na roupa, de Watson Macedo
Rio de Janeiro, 1952, 35mm, pb, 85′
Com: Ankito, Violeta Ferraz, Heloisa Helena

Durante o primeiro Congresso das Esposas, instalado no Hotel Quitandinha, a representante da Paraíba, Madame Pau-Pereira, lidera com vigor uma tropa de choque contra “os vermes a que chamam de maridos” enquanto um precioso colar é roubado, gerando muitas confusões.

Classificação indicativa: Livre

A família Lero-Lero, de Alberto Pieralisi
São Paulo, 1953, 35mm, pb, 87’ | Exibição em 16mm
Walter D’ Ávila, Marina Freire, Helena Barreto Leite, Luiz Linhares

Comédia popular sobre um pacato funcionário público atormentado pelos inesgotáveis desejos de sua família que não quer saber de trabalhar. Para se livrar da esposa e dos filhos, dá um golpe e foge para o Guarujá, mas, é logo descoberto e preso. Na cadeia, transforma-se no temido bandido Rabo de Arraia. Baseado na peça de Raimundo Magalhães Jr.

Classificação indicativa: Livre

Osso, amor e papagaios, de Carlos Alberto de Souza Barros e César Memolo Jr
São Paulo, 1957, 35mm, pb, 91’| Exibição em HDCam
Com: Jaime Costa, Modesto de Souza, Wilson Grey, Jackson Souza, Renato Consorte

Acanguera é uma pequena cidade do interior onde há dez anos não morre ninguém. Nela existe uma grande desavença política entre o prefeito, coronel Bentes, e o farmacêutico Bastos, líder da oposição. No dia em que a cidade comemoraria dez anos sem mortes, durante uma festa em que o povoado festeja a paz política entre o Prefeito e o líder da oposição, ocorre o falecimento do coveiro. Subitamente chega à cidade uma personagem estranha, toda vestida de preto. Seguem-se sucessivos óbitos.

Classificação indicativa: 10 anos

Rico ri à toa, de Roberto Farias
Rio de Janeiro, 1957, 35mm, pb, 110’
Com: Zé Trindade, Violeta Ferraz, Armando Camargo, Silvinha Chiozzo

Chofer de praça ganha o prêmio da loteria e tem de lidar com os constrangimentos de sua nova condição. Comédia musical estrelada por Zé Trindade, Rico ri à toa é o primeiro filme dirigido por Roberto Farias. Produzido pela Brasil Vita Filme, contém números musicais com a participação de grandes nomes da canção popular brasileira, como Dolores Duran.

Classificação indicativa: 14 anos

Sai da frente, de Abílio Pereira de Almeida
São Paulo, 1952, 35mm, cor, 80´ | Exibição em HDCAM
Com: Amácio Mazzaropi, Ludy Veloso, A.C. Carvalho

Isidoro é um motorista dono de um caminhão cujo apelido é Anastácio. Seu principal amigo é um cão chamado Coronel. Certo dia, Isidoro é contratado para transportar alguns móveis de São Paulo para Santos, mas, durante a descida da serra, se envolve em inúmeras confusões.

Classificação indicativa: Livre

Simão, o caolho, de Alberto Cavalcanti
São Paulo, 1952, 35mm, preto e branco, 95′
Com: Mesquitinha, Yara Aguiar, Carlos Araújo

O velho e malandro Simão, um caolho corretor de negócios, está sempre a espera de um lance de sorte na vida. Ele quer, de qualquer maneira, recuperar seu olho perdido. Para tanto, submete-se às experiências de um inventor maluco que lhe consegue um novo olho com poderes especiais. Mesquitinha, que assumiu o papel principal depois da recusa de Procópio Ferreira e Oscarito, teve a mais elogiada interpretação de sua carreira. Um dos maiores clássicos do cinema brasileiro.

Classificação indicativa: 14 anos

SERVIÇO

CINEMATECA BRASILEIRA
100 PAULO EMILIO: COMÉDIAS BRASILEIRAS
06 a 16 de outubro

Largo Senador Raul Cardoso, 207
Próxima ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: (11) 3512-6111
www.cinemateca.gov.br
Entrada franca

*As informações são de responsabilidade de seus organizadores e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.

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