Beatriz Azevedo lançado disco e livro sobre o tema dia 30/08, terça, com participações de Moreno Veloso e Matheus Nachtergaele

Poeta, compositora e performer, Beatriz Azevedo está envolvida em um projeto amplo sobre a antropofagia. E, para celebrar, apresenta o show do CD “antroPOPhagia” no Oi Futuro, dentro do Festival A.Nota no dia 30 de agosto, terça, com participações especiais de Moreno Veloso e Matheus Nachtergaele. Com curadoria de Thiago Vedova, o festival traz shows que promovem lançamentos ao vivo de artistas todo o Brasil e está em sua quarta edição.

Este show marca o lançamento no Rio de Janeiro do livro “Antropofagia – Palimpsesto Selvagem”, no qual ela se debruça sobre o clássico Manifesto Antropófago, a obra filosófica de Oswald de Andrade publicada em 1928. Um dos últimos lançamentos da editora Cosac Naify, o livro conta com capa e ilustrações de Tunga e prefácio do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro.

“antroPOPhagia” traz repertório do seu primeiro disco ao vivo, gravado no palco do Lincoln Center em Nova York e lançado no Brasil pela Biscoito Fino e na Europa pela gravadora Discmedi, de Barcelona. O show foi concebido para fazer parte do projeto Celebrate Brazil, realizado por Film Society of Lincoln Center e ImageNation. A performance de Beatriz no Lincoln Center em Nova Iorque foi gravada sem que ela própria soubesse: “No ensaio do show, o  técnico de som Justin Bias encomendou, sem nos avisar, uma mesa que permitia gravar tudo em canais. No dia seguinte ele me disse: ´Beatriz, traga um HD pra copiar, porque está pesado!´. Foi quando me dei conta que ele havia gravado o show inteiro, em alta definição”, lembra Beatriz. “A rigor, a ´ideia` do CD foi do técnico  de som!”.

As composições de Beatriz Azevedo já foram gravadas por Adriana Calcanhotto, Tom Zé e Zé Celso Martinez Correa. Entre seus parceiros estão os poetas Augusto de Campos e Hilda Hilst e os músicos Cristóvão Bastos e Vinicius Cantuária e a cantora Zélia Duncan. No roteiro do show músicas de autoria de Beatriz Azevedo em parceria com Angelo Ursini (“Toda Sorte”), Vinícius Cantuária (“Alegria”) e Zélia Duncan (“Muda Musa”), além de composições para poemas de Hilda Hilst, Raul Bopp (“Coco de Pagu”) e Oswald de Andrade (“Erro de Português” e “Relicário”), além Cole Porter (“What is This Thing Called Love”) e “Insensatez” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, com arranjo de Bia), entre outras.

A banda é formada pelos músicos Cristóvão Bastos (piano), Jorge Helder (contrabaixo), Angelo Ursini (sopros), Maurício Calmon (Bateria) e Miguel Jorge (guitarra). Moreno Veloso e Matheus Nachtergaele participam do show de Beatriz Azevedo, cantando e interpretando textos da poeta.

Veja mais sobre show/disco “antroPOPhagia” http://www.beatrizazevedo.com/album/antropophagia/

O livro “Antropofagia – Palimpsesto Selvagem” é parte integrante do projeto multidisciplinar da atriz paulista – que, além do CD “antroPOPhagia, inclui também um filme documentário e uma série para TV em fase de filmagem, com entrevistas de grandes nomes do movimento ou por ele influenciados, como Augusto de Campos, José Celso Martinez Correa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Marcia Tiburi e José Miguel Wisnik, entre outros. Beatriz assinou também a curadoria do Encontro Internacional de Antropofagia, no SESC Pompéia em São Paulo, e, fora do país, participou do projeto Art Anthropophagie Aujourd’hui em Paris e ministrou a conferência Antropofagia Palimpsestos Selvagens, na Tulane University, nos Estados Unidos.

Neste livro, a autora coloca em cena reflexões contemporâneas a partir da antropofagia em perspectiva plural, abarcando desde o ritual Tupinambá antes da chegada dos colonizadores europeus em 1500, passando pela eclosão do movimento antropofágico durante o modernismo no século XX, o tropicalismo na década de 60, o mangue beat na década de 90, até as primeiras décadas do século XXI.

Tema central para se rever a história das ideias no Brasil, a antropofagia em realidade nunca saiu da pauta dos grandes criadores da cultura brasileira, da filosofia à crítica de arte, do jornalismo ao teatro, da poesia à antropologia, da música às artes visuais e à arquitetura. Os ouvidos do poeta Oswald de Andrade estavam ligados em Pindorama, um Brasil Ameríndio soberano antes da colonização. Ele queria ouvir o “homem nu”, ouvir os povos indígenas e que estes pudessem viver bem em meio ao presente tecnológico, por isso no seu manifesto o poeta exaltou o “bárbaro tecnizado”. Ao escrever seu Manifesto Antropófago, seu olhar estava voltado para o matriarcado de Pindorama, um território utópico valorizando a voz da mulher e seu protagonismo político, preferindo o matriarcado ao patriarcado.

“A Antropofagia é muito mais do que ‘atual’, na verdade ela inverte a perspectiva de tempo, como se o ‘futuro’ nos atravessasse, no presente, e ressignificasse o ‘passado’. O matriarcado de Pindorama, o território da Antropofagia, não é um ‘passado’, é uma utopia futura.  Nesse momento de caos político, em pleno século XXI, ainda imperam as forças do patriarcado contra o matriarcado”, comenta Beatriz.

SERVIÇO
Show: Beatriz Azevedo em “antroPOPfagia” e lançamento do livro “Antropofagia – Palimpsesto Selvagem”
Participações: Moreno Veloso e Matheus Nachtergaele
Data: 30 de agosto, terça
Horário: 21h
Local: Oi Futuro Ipanema
Endereço: Rua Visconde de Pirajá, 54 – Ipanema
Ingressos: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia)
Classificação: Livre
Capacidade: 93 pessoas

*As informações são de responsabilidade de seus organizadores e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.

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