Crítica do filme A Era do Gelo: O Big Bang

O mais novo capítulo da franquia de sucesso mundial A Era do Gelo (iniciada em 2002), que apresentou os encantadores e divertidíssimos “bando” nada convencional, retornam as telonas buscando dar continuidade na atrapalhada aventura. Em A Era do Gelo: O Big Bang Manny, Diego, Sid e toda turma, buscam evitar o mais temível dos incidentes relacionados a vida animal: A Extinção. Mas dessa vez eles precisam se associar a um aliado não muito confiável, e ainda resolver problemas familiares (e amorosos) que sustentam o pano de fundo da animação.

Lançado originalmente em 2002 pela 20th Century Fox, o então primeiro filme, deu o início a uma franquia extremamente lucrativa para o estúdio, arrecadando números expressivos nas bilheterias mundiais -chegando a US$ 2,80 bilhão em bilheterias (com os quatro longas). Existem diversos fatores que poderíamos listar aqui sobre o porque do sucesso do projeto, como seu visível (e acertado) apelo infantil – fator que se difere bastante de outros filme do gênero que buscam agradar adultos e crianças, a franquia A Era do Gelo tem a predileção pela audiência infantil. E talvez o maior segredo esteja exatamente “por trás das câmeras”, aonde a competência do brasileiro Carlos Saldanha se mostrou extremamente eficaz.

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O maior desafio de uma franquia cinematografia é se tornar consistente, ou pelo menos próximo disso, ao longo de seus lançamentos – nesse ponto A Era do Gelo conseguiu êxito, sendo bastante sólida e convincente em suas escolhas do primeiro ao, então, quarto filme (A Era do Gelo 4). Em A Era do Gelo: O Big Bang temos mais uma confirmação dessas virtudes, mas fica evidente também o esforço em não deixar a repetição e o desgaste (tanto de seus personagens quanto da história em si) se sobressair sobre as qualidades do quinto filme.

Um dos personagens mais carismáticos, ao lado de Sid (bicho preguiça cheio de boas intenções), o persistente e atrapalhado esquilo Scrat acaba sendo o grande responsável por desencadear eventos cósmicos que ameaçam a todos os animais na terra. Escrito pela dupla Yoni Brenner e Michael J. Wilson (que já trabalharam em outros filmes da franquia), a trama do quinto filme segue então a linha do “tudo estava bem até que…”, premissa básica dos filmes anteriores aonde eventos atrapalham o cotidiano habitual do nosso trio de protagonistas Manny, Diego e Sid (que ganham reforços de outro animais).

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Se utilizar de uma base de criação da estrutura narrativa, que se mostrou eficaz no passado para dar sustentação ao novo roteiro, não necessariamente é um erro mas sim uma perda de uma grande chance de trazer algo novo para franquia. Claro que seus personagens e o mundo em si não teriam de passar por mudanças drásticas para apresentar um filme “diferente” dos anteriores, muito pelo contrário, bastaria um pouco mais de coragem em explorar certos conflitos (por mais que soasse como um grande clichê). Na verdade, esse elemento está presente na história mas foi muito pouco explorando ficando em alguns momentos completamente de lado. Talvez o único diferencial real desse novo filme, não que isso seja um elogio, é a forma (muitas das vezes sem muita coerência) que os eventos acontecem – o que acaba deixando o filme em um ritmo não muito agradável para os fãs dos filmes anteriores. Quando bem utilizada, a comédia costuma dar alivio necessária para história, que tem como pano de fundo um sólido (e assustador) acontecimento.

Mas em A Era do Gelo: O Big Bang nem mesmo as piadas e momentos super divertidos, que fizeram dessa franquia um sucesso mundial até hoje, conseguem esconder a falta de alegria. Arrastar uma franquia ao seu quinto filme, se torna bastante desafiador até mesmo para projetos que carregam um história mais profunda (muitas das vezes com reflexões como usadas em filmes da Pixar). O público que nunca assistiu nenhum dos filmes com certeza irá se divertir, porém para aqueles que assistiram todos, sem dúvida alguma podemos afirmar que essa franquia saturou e as piadas que nos anteriores causavam uma ótima aceitação nesse infelizmente já não funcionam mais devido a falta de inovação.

Ice Age Collision Course-XXLG-02JUNHO2016A Era do Gelo: O Big Bang (Ice Age: Collision Course)
Direção: Mike Thurmeier, Galen T. Chu
Roteiro: Michael Berg, Yoni Brenner
Gênero: Animação | Aventura | Comédia
Distribuidora: 20th Century Fox
Elenco: Nick Offerman, Adam Devine, Simon Pegg e mais.
Estreia no Brasil em: 07 de Julho de 2016
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Avaliação (4/10)

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