GABRIELLE FLECK, do teatro à produção e ao cinema independente de NY

Com o lançamento de What If …?, seu primeiro curta-metragem como protagonista, em Nova York, onde vive há quase uma década, a gaúcha Gabrielle Fleck ainda pode comemorar, neste primeiro semestre, os dois anos da companhia teatral que ajudou a fundar (a Joust Theatre Company), aliado à rotina de produção de cinema na Big Apple.

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What If…? foi lançado em maio e é inspirado em Victory Lap, de George Saunders, publicado na The New Yorker e dirigido por Lorielle Mallue, que trabalhou com Jodie Foster. O enredo é sobre jovem bailarina que sofre tentativa de rapto e o que pode ocorrer, a partir de então, com a jovem e com o sequestrador (Michael Mastro, ator de episódios de Law & Order: Special Victims Unit).  Em paralelo filme, a atriz esteve envolvida peças comemorativas da companhia fundada com colegas atores. Além de ser cofundadora do grupo, Gabrielle participou ativamente do grupo de gestores da Joust: “Com dois anos, conseguimos bancar nossos projetos. Somos autossustentáveis” enfatiza Gabrielle.

Atrás das telas, atuou na produção da Rose Pictures, de Rose Ganguzza (madrinha de filmes independentes em NY e esposa de Lucas Mendes, do Manhattan Connection).­­­­ 

PERFIL RESUMIDO 

What If …?: Escrito e dirigido por Lorielle Mallue, o filme é adaptação de Victory Lap, de George Saunders, do livro Tenth Of December – um dos finalistas do prêmio americano de literatura. O filme conta a história de uma jovem bailarina, um sequestrador e todas as possíveis consequências do evento.

The Joust Theatre Company: fundada por Gabrielle juntamente com outros atores, já montou produção como Metamorphoses, The Rules e Assistance.  Gabrielle é uma das gestoras da companhia. Em abril Joust participou de festival de teatro produzido pela RADD Theatre Company.

Rose Pictures: Na empresa de Rose Ganguzza, a madrinha dos filmes independentes de NY, trabalha na pré-produção de diferentes filmes, como The Chaperone, que tem como uma das atrizes principais Elizabeth McGovern, do seriado Downton Abbey.

New York University – Tisch School for the Arts

A Tisch é o conservatório de artes da NYU. Gabrielle cursou a Atlantic Acting School e teve aulas no estúdio de filme de NYU, a Stonestreet Studio.

SAIBA COMO GABRIELLE FLECK INVESTE NA GESTÃO CRIATIVA EM NOVA YORK 

Após estrear como protagonista em curta metragem na Big Apple, em maio, a atriz gaúcha Gabrielle Fleck comemorou os dois anos da companhia de teatro que ajudou a fundar na cidade americana, a The Joust Theatre Company. O foco na gestão da criatividade tem levado a atriz também a se sobressair como referência em carreira artística, gestão de atores e outros temas relacionados ao mundos dos negócios e da arte.

“Na minha família sempre houve uma questão empreendedora muito forte. Meu pai é empresário, minha mãe também. E na família todos os filhos sempre fomos estimulados a pensar nos negócios, tanto que participamos de encontros da FBN (Family Business Network – instituição internacional destinada a questões como sucessão familiar e empreendedorismo jovem)”, conta a atriz.

“Na Joust, uma das áreas que ficou sob responsabilidade  de Gabrielle foi cuidar de um parte importante do grupo: a organização de seu regimento. “Com essa espécie de ata dos nossos encontros evitamos perder tempo debatendo coisas já discutidas, por exemplo. Isso é uma característica do artista, a questão do questionar, e por isso a atividade de registrar nossas normas e regras ajuda no funcionamento”. 

VEJA AS SUGESTÕES DE GABRIELLE PARA NOVOS ATORES EMPREENDEDORES 

Como é a gestão na Joust

O diretor artístico é quem centraliza as grandes decisões, e a assessora artística é o braço direito e responsável por coordenar as reuniões da companhia. Há um integrante que é responsável pela questão de financeira/gestão dos recursos e, junto com o diretor artístico, toma as decisões de orçamentos para cada produção.

Temos também uma pessoa gestora de operações, ela é responsável por toda comunicação interna da companhia e pelas atas de reuniões.

Há, ainda, uma gerente literária, que junto com um grupo de membros leem diversas peças para serem consideradas para futuras produções, e um time de marketing.

Dicas para novas artistas/gestores

ESPÍRITO EMPREENDEDOR:

É melhor gerar e gerenciar o nosso próprio trabalho do que esperar para ser recrutado. Atores tem que estar sempre fazendo audições e o resultado nem sempre é positivo, e, se não temos alguma outra maneira de seguir se apresentando pode ser bem frustrante. Assim continuamos tendo oportunidades de atuar. Por exemplo, esse novo projeto que nós criamos que se chama The Monthly Joust. A ideia é que todo mês temos que apresentar alguma coisa, independente de ser algo super elaborado ou caro de montar.

TENHA FOCO

Na nossa última reunião de companhia conversamos bastante sobre modificar a nossa missão ou, encontrar um nicho mais específico do tipo de companhia que queremos ser e decidimos que vamos usar essas oportunidades de apresentações como uma maneira de experimentar e criar material para encontrar a nossa estética em grupo. Principalmente quando se fala de artes, muitas vezes é difícil chegar a um acordo unânime. Qual a melhor peça para o grupo? Qual a melhor direção?

EVOLUA COM AS EXPERIÊNCIAS E COMO GRUPO

Nos últimos dois anos aprendemos a confiar mais uns nos outros, delegar e, também aceitar que, nem sempre vamos estar de acordo. Muito artista é perfeccionista, temos uma visão do que achamos ideal que nem sempre se encaixa com a visão de outros. Mas em grande parte teatro, e filme só acontecem a partir de um esforço em grupo. Somos um grupo um tanto diverso em relação a personalidades e talentos, o que eu considero algo muito positivo. Cada produção de teatro vem com as suas próprias dificuldades e obstáculos. Seja tendo que construir um cenário complexo, ou aprender um dialeto novo para um personagem, ou ter que substituir alguém na última hora. Os imprevistos do teatro são diferentes

SOBRE O ASSUNTO

“Acabei descobrindo com a criação da companhia, e com a gestão, que gosto também de fazer parte do processo decisório, além do criativo. É podendo decidir, sabendo e tendo acesso ao processo de gestão e sabendo as prioridades artísticas que eu vou conseguir gerenciar melhor a arte e fazer o que quero”.

“Um dos colegas é bastante dedicado à parte financeira, por exemplo. Então, é um pouco mito essa questão de que artista e administração e números, regras, são difíceis de unir. Mas claro que é preciso ter afinidade com o assunto.”

“Acho que a coisa mais importante que aprendemos na gestão é que, quando acontecem imprevistos no processo de produção temos que agir da mesma forma que fomos treinados no palco, ao vivo: não entrar em pânico, mas ao invés disso dizer “Ok, aconteceu”. E agora?” E o show deve continuar.”.

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