Orquestra Sinfônica de Minas Gerais interpreta obra complexa de Rachmaninoff ao lado do pianista André Dolabella

Com obras de Tchaikovsky, Rachmaninoff e Rimsky-Korsakov, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais homenageia a música Romântica russa. Na ocasião, a OSMG convida o pianista belo-horizontino, reconhecido internacionalmente, André Dolabella, para executar Concerto Nº 3 para Piano e Orquestra, de Sergei Rachmaninoff, uma das mais belas composições do período e de grande complexidade técnica. Sob regência do maestro Silvio Viegas, o corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado também interpreta Capricho Italiano, de Tchaikovsky e Capricho Espanhol, de Nicolai RimskyKorsakov.

O concerto marca o retorno de André Dolabella a Belo Horizonte. Vencedor de diversos concursos nacionais e internacionais de piano, como o KulturFonds Baden V., da Escola de Música de Karlsruhe, e o Dr. Herr Büttner, na Alemanha; além do Arnaldo Estrella, (Juiz de Fora) e o Jovens Solistas OSPA (Porto Alegre), André estava longe dos palcos mineiros há 14 anos. Para seu retorno, Dolabella escolheu tocar uma peça que exige grande apuro técnico de Rachmaninoff, compositor pelo qual nutre grande admiração.

Concerto Nº 3 para Piano e Orquestra, de Rachmaninoff, é uma das obras mais complexas do repertório para piano. A constante variação de tempo é o grande desafio da peça, que exige virtuosismo e conhecimento técnico do intérprete. Para que a composição seja apresentada de maneira correta, Dolabella destaca que é necessária, ainda, uma grande sintonia entre solista e orquestra, já que a linguagem sonora do concerto é diferente, baseada na estrutura do canto. “Sempre toco o Concerto seguindo a linha do canto e respeitando os intervalos como se fossem as respirações de um cantor. É preciso muita técnica. Talvez por isso mesmo é considerada a peça mais difícil do repertório para piano”, detalha.

Temida por muitos pianistas, a dificuldade técnica da composição Concerto Nº 3 para Piano e Orquestra, também chamado de Rach 3 inspirou, inclusive, o roteiro do filme Shine (1996). O longa-metragem conta a história do músico australiano David Helfgott, que enlouqueceu tentando executar a obra. Para André Dolabella, que se apaixonou pela peça quando ainda estava aprendendo a tocar piano, “o público pode contar com uma performance envolvente e emocionante, afinal ver o Rach 3 ‘ao vivo’ é sempre uma experiência única”, destaca.

Serão duas oportunidades para o público se encantar com este belo trabalho de Rachmaninoff. A primeira delas acontece durante a série Sinfônica ao Meio-Dia, quando parte da composição será executada. No dia seguinte (8), a versão integral do Rach 3 pode ser conferida na série Sinfônica em Concerto. “Essa iniciativa da Fundação Clóvis Salgado em promover um concerto gratuito de música erudita é uma grande oportunidade para que o público possa apreciar e se emocionar com obras tão geniais como essas, e também, despertar interesse nos jovens”, finaliza André Dolabella.

Itália e Espanha sob o olhar Russo – Capricho Italiano, de Tchaikovsky e Capricho Espanhol, de Nicolai Rimsky-Korsakov completam o programa dos concertos. O maestro Silvio Viegas explica que as duas peças, também expoentes do período Romântico, são uma espécie de fantasia musical, recurso utilizado quando os compositores querem expressar, por meio da música, suas impressões sobre a cultura, as tradições e outras características do país escolhido para ser musicado. Ambas evidenciam impressões que artistas russos tiveram de outros países da Europa.

O Capricho de Tchaikovsky foi composto em 1880, durante viagem que ele fez a Roma. Uma das peças mais conhecidas do compositor russo, essa obra foi inspirada nas diversas manifestações folclóricas que ele observou na cidade eterna. Metais e cordas dão um tom exuberante à fantasia, que possui um único movimento. Para Silvio Viegas, Tchaikovsky já imaginava que a composição seria um sucesso antes mesmo de estrear. Ele escreveu uma carta para uma amiga, dizendo que a obra poderia ter ótima repercussão. “Ele estava absolutamente certo. Essa brilhante composição, que exige grande virtuosismo por parte dos músicos, faz parte do repertório de todas as grandes orquestras até hoje”, completa o maestro.

Ao contrário de seu compatriota, Korsakov não foi até a Espanha para compor o Capricho Espanhol. O compositor se inspirou em temas do país basco para escrever a peça, originalmente, para violino solo e orquestra. Mas decidiu adicionar novos elementos na orquestração, como metais e outros instrumentos, tanto de sopro quanto de cordas. A composição possui cinco movimentos, que se complementam, criando um ambiente vivo e festivo na orquestração.  Para Sílvio Viegas, “os solos de violino, clarineta, flauta e harpa são fundamentais para dar o colorido certo para esta obra”.

Por dentro da Orquestra – O público terá a oportunidade de assistir o concerto de “dentro” da Orquestra. A proposta é do maestro Silvio Viegas e pretende aproximar o público dos corpos artísticos da Fundação Clóvis Salgado. Os espectadores poderão registrar a emoção do concerto por fotos e/ou vídeos. “Nós queremos trazer o nosso público para dentro de nossa casa e transformar o Palácio das Artes na casa deles”, afirma o maestro.

O projeto teve início na apresentação de abril da Série Sinfônica ao Meio-Dia e foi um verdadeiro sucesso. Cinco pessoas subiram ao palco e se mostraram verdadeiramente encantadas com a possibilidade de fruir a música sinfônica por outro ângulo.

SERVIÇO
SINFÔNICA AO MEIO-DIA
Data: 14 de junho
Horário: 12h
Local: Grande Teatro Palácio das Artes
Endereço: Av. Afonso Pena, 1537 – Centro
Entrada Gratuita

SINFÔNICA EM CONCERTO
Data:
15 de junho
Horário:
20h30
Local: Grande Teatro Palácio das Artes
Endereço: Av. Afonso Pena, 1537 – Centro
Ingressos: R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia)

*As informações são de responsabilidade de seus organizadores e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.

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