A MORTE DE J.P. CUENCA, filme autobiográfico sobre a morte do escritor, estreia em junho

Em 2011, o escritor João Paulo Cuenca recebeu a notícia de sua própria morte. Um cadáver num edifício ocupado no bairro carioca da Lapa foi identificado pela polícia com a sua certidão de nascimento. Este é o mote para o filme A Morte de J.P. Cuenca, que chega às salas de cinema de todo o Brasil no dia 30 de junho, dirigido pelo escritor em diálogo com seu livro Descobri que estava morto (Planeta, 2016) que o autor lança na Flip no dia 1° de julho.

Quando o comum em casos de roubo de identidade é que uma pessoa adote a identidade de um morto para começar uma nova vida, o oposto é o caso aqui: um homem rouba a identidade de outro apenas para morrer em seu lugar. Assim começa uma história real sobre duplos e roubo de identidade, como se tirada de um conto de literatura pulp. Uma trama que o autor tenta esclarecer enquanto escreve um livro e dirige um labiríntico meta-documentário.

O lugar onde o escritor foi encontrado morto, agora um recém-reformado edifício na Rua da Relação, é o centro dessa investigação. Investigando o enigma, o filme vai até o lugar do óbito e escuta detetives, um ex-delegado de polícia, vizinhos do morto, moradores de ocupações próximas e outros envolvidos no caso.

Deambulações noturnas, expedições carnavalescas, telefonemas sinistros e o tórrido caso de amor com uma mulher misteriosa: tudo isso tem lugar no delirante canteiro de obras do Rio de Janeiro em anos pré-olímpicos. No momento em que a cidade está em profunda transformação, essa não é apenas a história de um escritor que se vê tragado pelo acaso, mas também a de um casal que mora num prédio ocupado e que é atravessado pela tragédia.

Cuenca mostra um Rio de Janeiro em permanente destruição arquitetônica” (Eduardo “Quintín” Antin, Perfil – Argentina)

Misturando realidade e ficção, “A morte de J.P. Cuenca” é uma investigação policial e cinematográfica: a procura por respostas numa cidade conhecida por não oferecê-las. O projeto ganhou o Edital de Produção da Rio Filme e participou do primeiro Bienalle College do Festival de Veneza. O longa-metragem, filmado na Lapa, conta com não atores e apenas uma atriz, Ana Flavia Cavalcanti. “A morte de J.P Cuenca” é uma coprodução com o Canal Brasil.

O lançamento simultâneo do filme e do livro é um convite ao público para reunir as peças desse quebra-cabeças e participar de uma investigação que permanece aberta. O projeto é construído como uma obra de arquitetura, editado como um texto e apresentado como um filme.

Lista de festivais (até agora)

CPH:DOX – Competição Principal – Dinamarca
Punto de Vista – Competição Principal – Espanha
BAFICI – Buenos Aires Festival Internacional de Cinema Independente – Competição de Vanguarda e Gênero – Argentina
New Horizon IFF – Seleção Oficial – Polônia
Panorama Internacional de Cinema de Salvador – Panorama – Brasil
Mostra Internacional de Cinema de São Paulo – Panorama – Brasil
Festival do Rio – Competição Novas Tendências – Brasil

Em 2008, um cadáver identificado pela polícia com a certidão de nascimento do escritor João Paulo Cuenca foi encontrado no esqueleto de um edifício invadido na Lapa. Inspirado neste fato, “A Morte de J.P. Cuenca” investiga o roubo da identidade do autor num Rio de Janeiro fantasmagórico e em profunda transformação. Se na ficção e nas páginas policiais é lugar-comum os vivos roubarem a identidade dos mortos para começar uma nova vida, o que temos aqui é o caso oposto: alguém que assume a identidade de um homem vivo para morrer em seu lugar.

No elenco do filme estão os atores Ana Flávia Cavalcanti, João Paulo Cuenca, Leonilce Torato, Geraldo Margela, Fabio Roque, Paulo Roberto Pires, Ivo Raposo, Lincoln Cortez da Silva, Marilza Solange de Carvalho, Renisson Raimundo Santos, Willian Alves, Rodrigo Duque Estrada.

The Death of J.P. Cuenca-19Maio2016

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