A comédia musical a Cuíca do Laurindo ganha sessão materna no CCBB

Em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil, a comédia musical “A cuíca do Laurindo” terá uma única sessão especial para mães e pais levaram os seus filhos (bebês e crianças) no dia 16 de abril, às 17h, no Teatro I. Com idealização e dramaturgia do escritor, ator e músico de Rodrigo Alzuguir, a peça tem direção de Sidnei Cruz e direção musical de Luis Barcelos. O evento Sessão Materna – A cuíca do Laurindo é uma idealização da produtora Carol Miranda, que assina a realização do espetáculo em parceria com o marido, Alzuguir.

Para o evento deste sábado, o musical ganhará algumas adaptações: o som será mais baixo, o ar-condicionado mais ameno, uma luz ficará ligada na plateia durante toda a apresentação e será instalado um trocador. Pais de uma menina de cinco meses, Carol e Alzuguir acreditam que o CCBB é um local acolhedor para bebês e crianças. “É um espaço perfeito para oferecer ao público uma sessão especial para mães e pais compartilharem com seus filhos. Temos um espetáculo com cenário e arranjos incríveis! Toda nossa equipe e a do CCBB estão preparadas para receber esse público com todo carinho!”, ressalta a idealizadora.

Criado por Noel Rosa, o personagem carioca Laurindo apareceu pela primeira vez na letra do samba Triste cuíca, de 1935. Nos anos seguintes, craques como Herivelto Martins, Wilson Baptista, Zé da Zilda, Haroldo Lobo e Heitor dos Prazeres abordaram o personagem em outros sambas, acrescentando novos capítulos à trajetória épica do cuiqueiro do morro da Mangueira. A montagem retrata o Rio de Janeiro dos 1940 e tem como pano de fundo o cotidiano da fictícia Lira do Amor, pequena escola de samba do morro da Mangueira criada por Alzuguir.

A produção tem patrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro/Secretaria Municipal de Cultura, através do Programa de Fomento à Cultura Carioca, e conta com o apoio do Centro Cultural Banco do Brasil. É mais uma realização da produtora carioca Marraio Cultural, que Rodrigo e Carol Miranda, sua mulher, criaram para realizar projetos focados na cultura e na história do Rio de Janeiro.

Durante a extensa pesquisa que resultaria na premiada biografia Wilson Baptista – O samba foi sua glória (Casa da Palavra, 2013), Alzuguir se deparou com um personagem recorrente em várias composições de Wilson Baptista: Laurindo. “Percebi que esse Laurindo era o mesmo de Triste cuíca e que outros compositores, como Herivelto Martins, também fizeram sambas sobre o personagem. Compor músicas contando histórias de Laurindo virou uma brincadeira para um grupo de sambistas daquela geração dos anos 40”, destaca o autor.

Formado por atores e cantores, o elenco traz Alexandre Rosa Moreno como Laurindo, além de Vilma Melo (Zizica), Claudia Ventura (Conceição), o próprio Rodrigo Alzuguir (Zé da Conceição), Hugo Germano (Tião), Nina Wirtti (Guiomar) e o cantor e compositor Marcos Sacramento, destaque no papel de Dodô, braço-direito de Laurindo, citado em Desperta, Dodô, samba de Herivelto Martins. Os sete personagens foram extraídos do anedotário e de letras de samba do período. Acompanhados de cinco músicos, o elenco canta e interpreta ao vivo cerca de 40 canções (lista completa no final do texto) de autores como Herivelto Martins, Wilson Baptista e Noel Rosa, entre outros – encadeadas e tratadas musicalmente de forma a ressaltar o caráter narrativo dessas músicas como condutoras da ação dramática, e não meramente ilustrativas.

Ao mesclar realidade e ficção para contar a história do cuiqueiro, o autor resgata uma fase importante da cultura carioca: os seminais anos 1930 e 40, quando surgiram as primeiras escolas de samba, derivadas dos antigos blocos, e os desfiles que aconteciam na Praça Onze. Inseridas na dramaturgia, as músicas traçam a trajetória de Laurindo, de líder da escola de samba Lira do Amor de Mangueira, passando pelo triângulo amoroso com Zizica e Conceição e a luta contra os nazistas, até a sua volta ao morro como herói de guerra.

Além dos sambas que narram as aventuras do Cabo Laurindo – como Triste cuíca (Noel Rosa), Laurindo (Herivelto Martins) e Comício em Mangueira (Wilson Baptista e Germano Augusto) – estão presentes composições do mesmo período que dialogam com a trajetória do personagem – a exemplo de Praça Onze (Vão acabar com a Praça Onze/Não vai haver mais escola de samba, não vai…) e Ave Maria no morro (Barracão de zinco/ Sem telhado, sem pintura/ Lá no morro/ Barracão é bangalô).

Criado por José Dias, o cenário da peça retrata a Curva do Calombo – localizada no morro da Mangueira dos anos 1940 – inventada por Alzuguir. Dividido em dois níveis, o ambiente revela o clima boêmio da favela carioca. No centro, a “Birosca do Claudionor”, ocupada pelos músicos acompanhantes. No segundo nível, a casa de Laurindo e Zizica e a sede da escola de samba Lira do Amor de Mangueira.

Na direção cênica, Sidnei Cruz procurou estabelecer “uma heterogeneidade de tratamentos narrativos”. “O espetáculo movimenta-se por desvios ao redor de certas tradições, como revista, chanchada, melodrama, roda, burleta, folguedo, opereta, cabaré, rádio e teatro de sombra. Assim é nosso teatro de samba”, explica o diretor.

SERVIÇO
Sessão materna – A cuíca do Laurindo
Data: 16 de março, sábado, às 17h
Local: CCBB Rio – Teatro 1
Endereço: Rua Primeiro de Março 66 – Centro
Capacidade: 175 lugares
Gênero: Comédia musical
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Duração: 105 minutos
Classificação etária: livre
Informações: (21) 3808-2020

*As informações são de responsabilidade de seus organizadores e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.

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