Chega ao Instituto Moreira Salles o acervo do fotógrafo Mario Cravo Neto

O Instituto Moreira Salles acaba de receber a obra do fotógrafo Mario Cravo Neto (1947-2009). Conhecido por realizar trabalhos ligados à Bahia, sua terra natal, ao seu povo e aos fortes traços do sincretismo religioso que permeiam a cultura no Brasil, Cravo Neto é um dos grandes nomes da fotografia brasileira. Composto por cerca de 100 mil itens, a coleção engloba todo o conjunto de seus cromos e negativos em preto e branco e em cores. Além disso, foram incorporados dois exemplares de cada publicação em que o artista publicou obras e lista de exposições feitas no Brasil e no exterior.

O principal objetivo do IMS é preservar, estudar e difundir a produção artística de Cravo Neto, permitindo leituras aprofundadas a partir dos diversos aspectos de seu trabalho e de sua trajetória, sempre em parceria com o Instituto Mario Cravo Neto, em formação. O acervo foi entregue ao IMS em regime de comodato e já estão previstas exposições e publicações em torno de sua obra.

Sobre o artista

Mario Cravo Neto (1947- 2009) foi fotógrafo, escultor e desenhista. Filho do escultor Mario Cravo Júnior, recebeu de seu pai as primeiras orientações no campo do desenho. Em 1964, foi morar com ele, em Berlim, para acompanhá-lo no programa Artists on Residence, patrocinado pela Ford Foundation. Na cidade, manteve contato com artistas e fotógrafos, como o italiano Emilio Vedova. Em 1968, mudou-se para Nova York e estudou na Art Students League, sob orientação de Jack Krueger, um dos precursores da arte conceitual na cidade. Nesse período, realizou a série de fotografias em cores On the Subway, publicada na revista ZUM #5, e produziu suas primeiras esculturas em acrílico. Retornou ao Brasil em 1970. Posteriormente, dedicou-se à fotografia de estúdio, criou instalações e realizou trabalhos fotográficos com temática religiosa. Publicou, entre outros, os livros Ex-votos (1986), Salvador (1999), Laróyè (2000), The Eternal Now (2002), Na terra sob meus pés (2003) e O tigre do Dahomey – A serpente de Whydah (2004). Recebeu o Prêmio Nacional de Fotografia da Funarte, em 1996, o Price Waterhouse, no Panorama da Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), em 1997, e o prêmio de melhor fotógrafo do ano da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), São Paulo, em 1980, 1995 e 2005.

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