IMS-SP inaugura a exposição Alice Brill: impressões ao rés do chão, que apresenta o olhar humanista da fotógrafa alemã

A partir de 24 de setembro, o Instituto Moreira Salles de São Paulo exibe a mostra Alice Brill: impressões ao rés do chão, com imagens da fotógrafa alemã Alice Brill (1920-2013). A exposição reúne cerca de 90 fotografias, além de documentos como revistas, publicações e outros materiais que apresentam sua trajetória fotográfica no Brasil. Seu acervo, com cerca de 14 mil negativos, pertence ao IMS desde 2000.

Alice Brill: impressões ao rés do chão apresenta o olhar humanista da fotógrafa. Alice registrou belas imagens de São Paulo, mas também o descontentamento de seus habitantes; documentou o desenvolvimento da cidade, com seus prédios e viadutos, mas também a longa fila de passageiros à espera do ônibus; fotografou uma visita oficial de deputados ao Centro-Oeste do país com a comitiva da Fundação Brasil Central, mas também o incômodo de uma índia com esse grupo. Como uma crônica, seu olhar percorre um período de intenso desenvolvimento, mas sem mascarar contradições e dificuldades.

A exposição traz fotografias feitas entre os anos 1950 e 1960 em cidades como Rio de Janeiro, Salvador, Buenos Aires e São Paulo, principal conjunto exposto. Ao que tudo indica, o amigo Pietro Maria Bardi, fundador do Masp, pediu que Alice registrasse a capital paulista para um livro que seria publicado em homenagem aos 400 anos da cidade. O livro não vingou, mas as imagens podem ser vistas nesta exposição. A fotógrafa também colaborou com a revista Habitat, editada por Lina Bo Bardi, e registrou exposições no Museu de Arte de São Paulo (Masp) e no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP). As vitrines que compõem a mostra apresentam algumas dessas imagens e também retratos de artistas como João Vilanova Artigas, Alfredo Volpi, Francisco Rebolo, Rino Levi e Roberto Burle Marx, todos seus amigos.

Outro conjunto de imagens é da comitiva da Fundação Brasil Central. Durante cinco dias, deputados visitaram regiões do Centro-Oeste do país para acompanhar obras em andamento na região. A expedição visitou os índios Carajás, da ilha do Bananal (no atual estado de Tocantins), e cidades como Aragarças, em Goiás, e Nova Xavantina, no Mato Grosso.

Filha do pintor Erich Brill e da jornalista Marte Brill, Alice migrou com a família para o Brasil aos 14 anos para escapar do nazismo. Estabelecida em São Paulo, começou a frequentar sessões de modelo-vivo no Grupo Santa Helena, onde conviveu e fez amizades com os artistas Mario Zanini, Paulo Rossi Osir, Alfredo Volpi, entre outros. Em 1946, com uma bolsa de estudos, seguiu para os Estados Unidos, onde frequentou a University of New Mexico, em Albuquerque, e a Art Students League, em Nova York. Lá, optou por cursar aulas de desenho, pintura e fotografia – esta última escolhida por ser uma possibilidade de profissão quando voltasse para o Brasil, o que aconteceria dois anos depois. Sua verdadeira paixão, entretanto, era a pintura, técnica que apresentou na I e na IX Bienal Internacional de São Paulo (1951 e 1967) e em diversas exposições individuais e coletivas ao longo da vida. A partir dos anos 1960, Alice deixou sua câmera de lado e dedicou-se integralmente à pintura.

SERVIÇO
Alice Brill: impressões ao rés do chão
Visitação: de 24 de setembro de 2015 a 10 de janeiro de 2016
Horário: De terça a sexta, das 13h às 19h e Sábados, domingos e feriados (exceto segundas), das 13h às 18h
Entrada franca – Classificação livre
Instituto Moreira Salles – São Paulo
Endereço: Rua Piauí, 844, 1º andar, Higienópolis

*As informações são de responsabilidade de seus organizadores e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.

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