Cine Humberto Mauro exibe mostra sobre a estética da violência nas obras de SAMUEL FULLER e SAM PECKINPAH

Alternando diversos gêneros, do Western ao Noir, Sam Peckinpah e Samuel Fuller, inovaram ao utilizar a violência como recurso estético e não apenas narrativo. Durante 15 dias, o público assistirá 21 obras produzidas entre os anos 1950 e 1980 na mostra Fuller/Peckinpah- Homens de violência. Entre os filmes exibidos estão Cão BrancoQuimono EscarlateCruz de Ferro e O Meu Ódio será sua herança. Cineastas como Quentin Tarantino e Martin Scorsese foram alguns dos vários que se inspiraram em suas obras.

A vida dos dois cineastas tem algumas congruências, os dois são americanos, donos de alguns fracassos em suas carreiras e veteranos da Segunda Guerra Mundial. A experiência marcou os dois homens que acabariam como autores que adotaram a violência como temática em suas obras. Encontraram-se mais de uma vez ao usa-la de forma única e inovadora. “As temáticas violentas e controversas sempre permearam a carreira desses autores, e isso se traduziu em um cinema sempre carregado de significado e inovação”, explica o Gerente do Cine Humberto Mauro, Philipe Ratton. 

Iguais, mas nem tanto – Apesar de ter a violência como um denominador comum, os dois cineastas a utilizaram de formas diferentes. Peckinpah abordava questões como o conflito entre valores e ideais e a corrupção da violência na sociedade. Um dos exemplos é o clássico Meu Ódio Será sua Herança, um western que conta a história de um grupo de veteranos fora de lei que querem realizar um último grande assalto para se aposentar. O filme é considerado por muitos críticos como um dos mais importantes westerns já feitos e marca a transição entre o faroeste tradicional e o conhecido Western Spaguetti.

Já Fuller tinha um perfil diferente. Em sua carreira, optou por fazer filmes mais contundentes. Para Philipe Ratton, a discussão sobre questões como preconceito e injustiça social eram constantemente abordadas em suas obras, mas sem moralismo. “Essa característica do autor fez com que a indústria norte-americana, por vezes, torcesse o nariz para as suas produções e, como consequência, a baixa aceitação fez com que o autor migrasse para a Europa”. 

Cine Humberto Mauro-SAMUEL FULLER-SAM PECKINPAH-02

SOBRE OS AUTORES 

SAMUEL FULLER – (1912 – 1987)

Roteirista, produtor e diretor norte-americano, Samuel Fuller foi um grande nome no cinema hollywoodiano e um dos cineastas independentes mais influentes no cinema mundial. Com uma filmografia muito versátil, transitou por gêneros cinematográficos como guerra, western, policial, gângster e até mesmo o melodrama. Realizando seus filmes com orçamentos baixos, o cineasta dirigia, escrevia e produzia os seus próprios filmes que abordam temas controversos, provocadores e polêmicos. Formado preliminarmente como repórter policial, Fuller serviu no Exército dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra e foi até condecorado, antes de iniciar-se no cinema em 1959, dirigindo ao longo de sua carreira mais de vinte longas metragens, como Anjo do Mal Cão Branco.

SAM PECKINPAH – (1925 – 1984)

Diretor, produtor e roteirista norte-americano, Sam Peckinpah é conhecido como “poeta da violência” por seu modo peculiar de mostrar em câmera lenta cenas violentas nos seus filmes. Com origem indígena, Pekinpah formou-se em Arte Dramática e estreou como roteirista no filme Rebelião no presídio, de Don Siegel, em 1954. Peckinpah é reconhecido como um hábil e expressivo cineasta por utilizar uma estética muito violenta e bruta em suas obras. Desenvolvendo o seu estilo em filmes de faroeste, escreveu roteiros para filmes como A face oculta, mas diferindo dos westerns marcados por uma inocência moral, Peckinpah trabalha com crises histórico-sociais que provocam a violência, como nos filmes Meu ódio será sua herança e Barões bandidos.

SERVIÇO
Evento: Mostra Fuller/Peckinpah – Homens de violência
Data: 15 de maio a 4 de junho de 2015 | Horário: 20h
Local: Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes
Endereço: Av. Afonso Pena, 1537, Centro
Classificação etária: 12 anos
Ingressos: R$ 20 (entrada inteira) e R$ 10 (meia-entrada)
Informações para o público: 3236-7400

*As informações são de responsabilidade de seus organizadores e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.

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