Crítica do filme Annabelle

Annabelle-Official Poster Banner NACIONAL-12AGOSTO2014Annabelle
Direção:
 John R. Leonetti
Roteiro: 
Gary Dauberman
Gênero: Suspense / Terror
Distribuidora: Warner Bros.
Elenco: Annabelle Wallis, Ward Horton, Tony Amendola, Alfre Woodard, Brian Howe e mais.

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Avaliação (3/10)

Sucesso de crítica e público, arrecadando estrondosos 300 milhões de dólares em bilheterias ao redor do globo, o longa dirigido por James Wan “Invocação do Mal” foi uma grata surpresa no ano de 2013, conseguindo trazer folego novo para um gênero bastante desgastado. Se tratando de hollywood uma sequência seria quase inevitável, mas depois de tantos apelos do público em geral em saber mais detalhes por trás da misteriosa boneca – que aparece em“Invocação do Mal” – a Warner Bros. decidiu lançar o longa Annabelle, spin-off (derivado) de The Conjuring o qual traz o começo de todo mistério por traz da personagem título desse filme, boneca a qual carrega consigo um mal indescritível.

Filmes que procuram explorar ainda mais os acontecimentos de seu antecessor, costumam normalmente, apresentar uma premissa sempre interessante, aonde sua história é sustentada em explicar eventos, não muito bem explorados no longa original. Annabelle é exatamente este tipo de filme, apresentada de forma bastante sutil em “Invocação do Mal”, a boneca conseguiu despertar rapidamente à curiosidade e claro muitas dúvidas à seu respeito. Partindo disso, é interessante dizer a forma como está produção foi iniciada, aonde optaram em trazer para tela dos cinemas uma trama baseada em um “elemento de cena” do primeiro longa, que ao chamar atenção do público conseguiu sua chance de ter sua história contada.

ANNABELLE

Comprometido com filmagens do sétimo filme da franquia “Velozes e Furiosos”, o cineasta malasiano James Wan deixou o cargo de diretor sobre a responsabilidade de John R. Leonetti, parceiro de Wan sendo diretor de fotografia em “Invocação do Mal” – além de ser um veterano profissional o qual já trabalhou como câmera e diretor de fotografia em diversas outras produções do gênero. Annabelle acompanha o casal John (Ward Horton) e Mia Gordon (Annabelle Wallis), que se prepara para esperada chegada de sua primeira filha. Tentando, como sempre, agradar ainda mais sua esposa, John encontra a boneca que promete completar uma antiga coleção de sua amada. Com a chegada do presente Mia fica extremamente feliz em conseguir tal feito aumentando ainda mais sua felicidade recente.

A trama inicialmente é bem desenvolvida, não ficando presa apenas no casal apresentando dessa forma alguns personagens que mais a frente serão utilizados na história. Como todo casal recém chegado no bairro, eles rapidamente fazem amizades com o seus vizinhos Pete (Brian Howe) e Sharon Higgins (Kerry O’Malley), que se mostram bastante atenciosos e simpáticos com o jovem casal. Apesar do bairro aonde decidiram morar aparentemente ser bastante seguro, o casal passa por uma experiencia bastante traumática quando a casa de ambos é invadida por membros de uma seita. O casal é violentamente atacado, principalmente Mia que quase perde seu bebê, mas o grande problema recai em torno da sua boneca, Anabelle, a qual inesperadamente se torna recipiente de uma entidade do mal. Sangue derramado e terror não são tudo o que eles deixam como rastro. Os membros da seita invocam uma entidade tão maléfica que nada que fizerem poderá ser comparado a sinistra criatura que agora é a boneca Annabelle.

ANNABELLE

A partir desse ponto todo desenvolvimento do roteiro segue os moldes de tantas outras produções do gênero, sustos, desesperos e tentativas (quase sempre falhas) de fugir da entidade que agora habita a boneca. Não podemos dizer que o roteiro escrito por Gary Dauberman (que tem no currículo o trash filme feito para TV “Aranhas Assassinas”) não tenta pelo menos fugir de inúmeros clichês que envolve filmes de suspense/terror. Mas infelizmente ao tentar criar algo original, a trama afunda ainda mais nos piores momentos para não dizer os mais previsíveis e massantes, sustos e viradas de trama sem nenhum sentido.

Fica bastante nítido ao longo da projeção que direção John R. Leonetti tenta se impor diante de um roteiro limitado, usando de sua experiencia como operador de câmera usa e abusa de movimentos e planos profundos, sempre visando aproveitar o máximo do cenário. Se aproveitando de uma arte muito bem composta, tanto figurino como cenário, e uma fotografia bem trabalhada, ele consegue ainda trabalhar coerentemente tanto cenas claras quanto as mais escuras, normais em longas com temática sobrenatural/suspense. O cineasta ainda se beneficia de uma dupla de atores, Annabelle Wallis e Ward Horton, que trabalham de forma bastante entrosada e comprometida com seus personagens – apesar de que em certos momentos podemos dizer que as cenas são conduzidas por Horton, que acaba por ofuscar a bela atriz.

ANNABELLE

O longa consegue agradar e desagradar ao mesmo tempo, fato que causa um certo desconforto para quem se propõem em assisti-lo. Isto ocorre devido um conflito gerado por uma produção bastante qualificada, pelo menos em boa parte dos departamentos, que acaba esbarrando em um roteiro bem abaixo de suas qualidades e bem longe de ser considerando original. As situações e desenvolvimento do roteiro não conseguem gerar as reações e muito menos impacto esperado para o envolvimento da trama, se tornando ao decorrer da projeção mais um longa, entre tantos já vistos, que tem um início promissor mas devido suas escolhas erradas perde força.

Annabelle é mais um filme de suspense que chega ao mercado tentando inovar, mas acaba sendo barrado pela saturação do gênero e caindo em diversos clichês que até mesmo em seu trailer se torna previsível. Com uma produção bastante emprenhada em trazer para telonas uma produção bem acaba, com uma boa fotografia, direção e arte, o longa consegue algum brilho graças ao trabalho conjunto da produção – que consegue caminhar em harmonia, apesar de esbarrar em uma roteiro fraco que não foge de nada do gênero.

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