Crítica do filme Maze Runner – Correr ou Morrer

Maze Runner - Correr ou MorrerMaze Runner – Correr ou Morrer
Direção:
 Wes Ball
Roteiro.: 
Noah Oppenheim
Gênero: Ação | Ficção científica | Aventura
Distribuidora: 20th Century Fox
Elenco.: Dylan O’Brien, Aml Ameen, Will Poulter, Kaya Scodelario, Thomas Brodie-Sangster, Ki Hong Lee, Chris Sheffield, Patricia Clarkson.


Avaliação (6/10)

Lançado no ano de 2009, o livro Maze Runner – Correr ou Morrer escrito por James Dashner, facilmente caiu nas graças do público conquistando milhares de fãs ao redor do mundo. Dividido em cinco partes, à última lançada no ano de 2013, era evidente que está obra despertaria interesse dos grandes estúdios de Hollywood, foi o que aconteceu quando à 20th Century Fox adquiriu os direitos da adaptação. Pegando carona nos últimos sucesso do gênero, o filme adapta de forma fiel os acontecimentos abordados no primeiro volume, “Correr ou Morrer”, aonde o grande foco é introduzir todos os personagens que são enviados com as mentes apagadas para “A Clareira”. Contando com um elenco bem jovem, mas bastante capacitado em suas funções, fica evidente que a trama segue uma linha bastante “presa” em seus acontecimentos, o que deixa a sensação de faltar informações básicas para imersão completa dentro desse universo.

O fascínio recente dos roteiristas e escritores em criar ambientações aonde conflitos sociais e políticos são à chave de toda a trama, vem ganhando cada vez mais espaço. Maze Runner consegue ter sua história contada, quase que à todo momento, através de pequenas metáforas que obriga o público a refletir em certas cenas. Mas ao tentar responder essas dúvidas, é aonde os grandes erros desta adaptação literária começa a ficar mais evidente, e toda sua fragilidade e falta de originalidade fica exposta. Ao analisar todo o contexto deste filme fica quase impossível não efetuar comparações com sagas mais bem conduzidas, Jogos Vorazes, que conseguem trabalhar de forma mais coesa os conflitos, ações e mistérios contidos na trama.

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Bastante conhecido por trabalhos em séries televisiva como produtor, Noah Oppenheim escreveu o roteiro da adaptação – que contou ainda com supervisão e aprovação do escritor da saga James Dashner. Nesta primeira parte somos jogados dentro do mundo de “Maze Runner”, mais precisamente já dentro dos eventos da “A Clareira” aonde inicialmente estão Alby (Aml Ameen), Minho (Ki Hong Lee), Chuck (Blake Cooper), Newt (Thomas Brodie-Sangster) e ainda Gally (Will Poulter). O local, totalmente aberto, é cercado por bastante verde (natureza) além de ser protegido por muros gigantescos. Logo no início se familiarizamos com os acontecimentos do local, aonde todos que estão ali foram enviados com as mentes apagadas chegando sempre desesperados e totalmente confusos. Thomas, nosso protagonista, não sabe como ou porque foi parar ali, nenhum deles sabe. Os atuais clarianos não sabem muito do lugar: Sabem apenas que todas as manhãs as portas de pedra do Labirinto que os cerca se abrem, e, à noite, se fecham. E que a cada trinta dias um novo garoto é entregue pelo elevador. Mas um fato atípico acontece logo após a chegada de Thomas: Teresa. A primeira garota enviada para A Clareira é uma incógnita, ainda mais com a mensagem que traz com ela. Thomas será mais importante do que imagina, mas para isso terá de descobrir os sombrios segredos guardados em sua mente e correr literalmente correr para alcança-los.

Nos minutos inicias do longa a direção imposta por Wes Ball, que faz sua estreia em um longa-metragem já tendo trabalhado em diversas áreas de criação, parece bastante convincente e promissora, usando de aéreas e uma decupagem bastante dinâmica. Mas ao decorrer dos acontecimentos dentro da “A Clareira” Ball acaba se perdendo em sua própria criação, não conseguindo impor o ritmo necessário (talvez culpa do próprio roteiro que segura muito a trama). Sua direção encontra ainda mais dificuldade quando à história é conduzida para dentro do “labirinto” aonde habitam os Grievers (Verdugos), criaturas que vagueiam pelo local sempre à noite. Neste ambiente Ball demonstra bastante dificuldade com cenas de ação, fazendo escolha equivocadas em planos e ainda sendo atrapalhado pela fotografia extremamente escura e perdida no contexto necessário, dessa forma quase não conseguimos ver as criaturas. Não conseguimos saber se ele opta por takes rápidos e fotografia escura, para esconder a fraca criação de efeitos visuais, ou por ser apenas uma opção errônea de tentar esconder as criaturas com takes que em alguns momentos causam desconforto por ser muitos cortes seguidos, não dando para visualizar e entender bem ao certo o que está acontecendo.

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Não é de hoje que nos deparemos com uma produção com elenco recheado de jovem atores, que muitas das vezes encontram dificuldade em desenvolver carisma e profundidade em suas atuações – talvez devido a própria produção. O que vemos em Maze Runner – Correr ou Morrer é um elenco extremamente descontraído e seguro de suas ações, trabalhando com empenho e uma sintonia muito boa entre si. O longa ainda consegue explorar cada personagem (em seu núcleo principal) de forma muito interessante e madura, deixando transparecer ainda mais a segurança da equipe com os atores.

A principal fraqueza do longa fica a cargo do roteiro que nitidamente, não consegue apresentar de forma gradativa, deixando claro e objetivo, os mistérios deles estarem presos ali. Dessa forma, acaba tornando o filme em alguns momentos cansativo, por ficar preso em um único acontecimento, sem ter muitas explicações, deixando claro que ao tentar esconder e segurar a trama, acabam não apresentando diversos elementos que talvez sejam usado nas demais sequências. Porém o filme se torna injusto por prender seu público e não apresentar quase nada, apenas uma situação e tentar explicar um pouco disso tudo no final. Diferente de outra franquia bastante conhecida e com milhões de fãs, “Jogos Vorazes” somos apresentados ao mundo e a época que tudo se passa, sabemos a situação que cada personagem se encontra e assim somos colocados de forma clara dentro do universo, porém em Maze Runner, o que vemos é o oposto, não somos colocados dentro desse universo e dentro de tudo que se passa nesse universo, nos afastando um pouco da trama e nos distanciando um pouco dos personagens.

Maze Runner – Correr ou Morrer promete ser mais uma saga ao estilo Jogos Vorazes e Divergente, aonde pretende mostrar uma nova visão de mundo e sociedade, vividos novamente por jovens que buscam um futuro melhor. Ao julgar pela obra completa devemos esperar uma franquia bastante promissora, com viradas interessantes e uma trama bastante densa. Analisando este longa podemos concluir que no geral foi sim um bom início, mesmo oscilando bastante o roteiro consegue manter sua proposta, que seria manter o mistério por trás dos acontecimentos sem em nenhum momento distanciar o público.

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