CORTINAS FECHADAS de Jafar Panahi e Kambozyia estreia em 3 DE ABRIL

Uma casa à beira-mar. As cortinas estão fechadas, as janelas cobertas de preto. Dentro dela, um homem está escondido com seu cachorro. Ele escreve um roteiro de cinema. De repente, uma jovem misteriosa aparece. Ela se recusa a ir embora, o que irrita o escritor. Mas, ao raiar do dia, outra chegada mudará a perspectiva de todos.

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O filme recebeu o Urso de Prata do Festival de Berlim, e foi realizado secretamente e sem autorização do governo iraniano, já que o diretor Jafar Panahi está proibido de escrever, filmar, dar entrevistas e viajar ao exterior por 20 anos.

Sobre CORTINAS FECHADAS

Atrás de cortinas fechadas numa isolada vila costeira, três personagens dão vida a um dilema cruel: como viver a vida quando ela se torna insuportável?

Com CORTINAS FECHADAS, Jafar Panahi e o codiretor Kamboziya Partovi misturaram mais uma vez realidade e imaginação, ficção e documentário, borrando as fronteiras convencionais do cinema. Aqui, eles conseguem metamorfosear um lugar comum num espaço em que pessoas reais se encontram com a fantasia, com personagens ficcionais, todos os dias.

O roteiro vai da comédia ao teatro do absurdo, do banal do cotidiano à metáfora, numa vila em que o cineasta, também personagem de sua obra, é assombrado por figuras que podem ser nada mais que facetas de sua própria personalidade.

Personagens aparecem e desaparecem com uma facilidade incômoda num “filme fantasma” no qual as aparições acontecem com naturalidade e obviedade rotineiras. É por meio dessa simplicidade aparente que o filme revela seu tema: a vontade de viver ou morrer de um artista impedido de trabalhar.

Apesar do filme nunca deixar a vila, o mundo externo se faz presente de diversas maneiras. A sociedade iraniana está presente, for a da tela, ameaçadora e obscura: notícias de TV, vozes, apitos policiais durante a noite, um celular desativado, um trabalhador relutante a se comprometer com o cineasta – sinais concretos que expressam a impossibilidade de rejeitar o mundo externo.

Jafar Panahi e Kamboziya Partovi tocam, geralmente com divertida fluidez, na ambiguidade de personalidades espelhadas e partidas, na habilidade de imagens filmadas de controlar a realidade e rearranjá-la como ficção. As imagens retrocedem e avançam numa miríade quase infinita de espelhos e reflexos.

Jafar Panahi

Eu escrevi o roteiro enquanto sofria de uma depressão, o que me levou a explorar um mundo irracional, longe das convenções lógicas. No entanto, por ter melhorado repentinamente durante as filmagens, tive que me esforçar bastante para não deixar a razão tomar conta do que meu estado melancólico havia me ajudado a alcançar.

A melancolia assombra esta história, na qual cada personagem reflete um outro e a fronteira entre ficção e realidade se borra. CORTINAS FECHADAS alterna gêneros e tem histórias dentro de histórias para destacar porque fazer filmes é uma necessidade na vida de um cineasta: é uma necessidade imperiosa de mostrar a realidade do mundo em que vivemos.

Kambozyia Partovi

Tempos difíceis! Não é mais suficiente para eles investigar o nosso trabalho. Eles nos investigam para evitar que realizemos qualquer trabalho. Nossa inatividade faz com que eles se sintam mais seguros. Porém, isso não é motivo para que deixemos de trabalhar. Ao contrário, isso nos motiva a trabalhar mais e sob qualquer condição.

Quando meu amigo cineasta, cuja vida estava sendo destruída por uma proibição de trabalhar há 20 anos, decidiu fazer um filme secretamente e com o mínimo de condições, eu resolvi ajudá-lo já que eu acredito que durante tempos difíceis, um deve estar ao lado do outro.

Biografia de Jafar Panahi

Nascido em 1960, em Mianeh, no Irã. Diretor, autor e produtor, Jafar Panahi é um dos cineastas mais influentes do Irã.

Depois de diversos curtas e documentários, ele dirigiu seu primeiro longa-metragem em 1995, O BALÃO BRANCO (Badkonake Sefid), ganhador do prêmio Camera d’Or no Festival de Cannes. Em 1997, ele ganhou o leopardo de ouro, no Festival de Locarno, pelo filme O ESPELHO (Ayneh) e, em 2000, ganhou o leão de ouro, no Festival de Veneza, por O CÍRCULO (Dayereh). OURO CARMIM (Talayeh Sorkh) ganhou o prêmio Un Certain Regard no Festival de Cannes de 2003. FORA DO JOGO ganhou o urso de prata de melhor diretor no Festival de Berlim de 2006. ISTO NÃO É UM FILME (In film nist) foi exibido na competição oficial do festival de Cannes de 2010.

Até o momento, ele recebeu mais de 80 prêmios internacionais, incluindo prêmios dos Festivais de Chicago, Istambul, Valladolid, Cannes, Bósnia, entre outros.

Sua visão realista da sociedade iraniana causou a proibição de seus filmes no país. Na verdade, apenas O BALÃO BRANCO obteve licença para ser exibido no Irã. Panahi foi preso duas vezes, a segunda por 86 dias, e foi solto pelo governo iraniano sob fiança, devido à forte pressão de Festivais internacionais, artistas, cineastas conhecidos e também à greve de fome do próprio diretor. O veredito final da corte foi uma proibição de escrever, filmar, dar entrevistas e viajar ao exterior por 20 anos. Caso viole a sentença, ele deverá cumprir 6 anos de prisão. Foi por isso que CORTINAS FECHADAS foi realizado secretamente e sem autorização. Panahi recebeu diversos prêmios de Direitos Humanos, como o prêmio Sakharov de liberdade de pensamento e a medalha de arte pela liberdade.

CORTINAS FECHADAS (Pardé) de J. Panahi, K. Partovi. Com Kambuzia Partovi, Jafar Panahi. Irã, 2013. 106min, Drama. Urso de Prata – Festival de Berlim. Distribuição: Esfera Filmes / Vitrine Filmes

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