Cineclube exibe no Sesc Piracicaba longa britânico MARCAS DA VIDA na próxima terça (17)

Filme que lida com a paranoia urbana e a invasão de privacidade será apresentado na próxima terça, 17/9, às 20h, no Teatro do Sesc Piracicaba. Jackie trabalha como operadora de circuitos de câmeras de segurança na periferia da cidade escocesa de Glasgow, e vive seu cotidiano a partir da rotina de anônimos que passam pelas ruas. A cada dia, ela presta atenção sobre uma parte pequena deste universo, protegendo aqueles que vivem sob seu olhar.

Certo dia, ela observa em um dos monitores Clyde Henderson – recém-saído da prisão – um homem por quem ela nutre uma estranha atração, andando solto pelas ruas e habitando o condomínio Red Road que dá título original ao filme.

Nesse momento, Jackie deixa de ser uma mera observadora para ser mais uma personagem diante das câmeras. Quem agora a vigia é o espectador. Cabe a ele adivinhar, a distância e à espreita, quais as suas motivações.

Este é o jogo a que propõe Marcas da Vida, primeiro longa-metragem do projeto The Advance Party orientado por Lars Von Trier e dirigido pela britânica Andrea Arnold. A cineasta dinamarquesa Lone Scherfig, de Italiano para Principiantes e Meu Irmão Quer se Matar, ajudou na definição psicológica dos personagens. Um esforço conjunto que rendeu ao longa o Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes. 

À exemplo de Janela Indiscreta de Alfred Hitchcock, Marcas da Vida lida com a relação entre público e particular. Da mesma forma que no clássico dos anos 50, o espectador é levado a criar uma cumplicidade com o voyeurismo da personagem principal. Aos poucos é instigado a vigiá-la, e por fim a pensar se realmente aquilo que acontece em ambientes privados pode escapar da sanha interpretativa dos olhares públicos.