Sesc São José dos Campos apresenta a instalação literária “Catulo ao Luar”

De 13 de agosto a 17 de novembro, o Sesc São José dos Campos apresenta a instalação literária “Catulo ao Luar”.

“Catulo ao Luar” faz um resgate da vida e obra de Catulo da Paixão Cearense, considerado um dos maiores poetas do sertão nordestino brasileiro. O Sesc São José dos Campos apresenta a obra de Catulo como parte do projeto “Superfícies Poéticas”, série de intervenções que trazem não só a poesia, mas um jogo de palavras na construção de novas possibilidades literárias

Catulo da Paixão Cearense – poeta, compositor e músico nasceu em 1863 na cidade de São Luís, MA. Cedo, aos 17 anos, se mudou para o Rio de Janeiro, onde faleceu aos 83 anos. No Rio, começou a frequentar uma República de Estudantes, na companhia dos “chorões” da época, da qual faziam parte os flautistas Joaquim Calado e Viriato Figueira, o estudante de música Anacleto de Medeiros, o violonista Quincas Laranjeiras, o cantor Cadete e um estudante de Medicina que o ensinou a tocar violão, fazendo com que abandonasse a antiga paixão pela flauta.

Era autodidata. Aprendeu português e matemática e, posteriormente, o francês, chegando a fazer traduções de poetas franceses famosos na época como Lamartine. Recebeu grande influência dos cantadores do Nordeste com quem conviveu durante parte de sua juventude, chegando, inclusive, a produzir literatura de cordel. Os primeiros anos de Rio de Janeiro foram bastante difíceis para o poeta já que, muito pobre, morava num bairro distante do Rio à época. Em pouco tempo, morreu sua mãe, Maria Celestina Braga da Paixão. O pai morreria três anos depois.

Nas audições, Catulo recitava e tocava violão levando o povo ao delírio. Ainda ele conseguia romper as barreiras do elitismo do século XIX, tocando violão, instrumento considerado maldito, nos salões da mais alta sociedade do Rio. Torna-se conhecido pelos recitais e serestas. Suas poesias com cheiro de terra falam dos amores e infortúnios do povo sertanejo.

Em seu sepultamento, uma multidão o acompanhava e os discursos estenderam-se até a noite. Quando escureceu, uma imensa lua cheia apareceu no céu e o tenor Alfonso Ortiz começou a cantar “Luar do sertão”. Pouco a pouco um coro de milhares de vozes o acompanhou numa homenagem espontânea póstuma ao poeta. Catulo teve grande reconhecimento ainda em vida, tanto por seus pares e pela elite, quanto pelo povo. Sua presença cultural é tão grande na história da música brasileira deste período, que o escritor Lima Barreto chegou a criar, inspirado em sua imagem, o personagem Ricardo Coração dos Outros, um violonista compositor de modinhas e que é um dos coadjuvantes do clássico pré-modernista “Triste Fim de Policarpo Quaresma”.

Sua poesia representou uma das principais contribuições para a música popular brasileira, principalmente entre os gêneros do choro e da modinha. Suas obras tiveram a colaboração e foram interpretadas por grandes nomes do cenário musical brasileiro, como Chiquinha Gonzaga, Anacleto de Medeiros, João Pernambuco, Antônio Callado e Pedro Alcântara, entre outros. Do seu modo boêmio de ser e viver, Catulo com suas contribuições à música e à literatura atravessou fronteiras, chegando a toda a América Latina e Portugal.

SERVIÇO
Catulo ao Luar
Data: 13/07 a 17/11
Sesc São José dos Campos
Endereço: 
Av. Adhemar de Barros, 999 – Jd. São Dimas
Sala de Leitura
Vagas limitadas
Grátis
Recomendação etária livre

*As informações são de responsabilidade de seus organizadores e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.

Fonte: Assessoria de Imprensa/SESC

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