Alicia Keys | Alguém chame os bombeiros, porque ela está “em chamas”

Com este título tão claro, já dá pra saber de vamos falar esta semana na Frequência Não Modulada. Com 31 anos de idade e 12 de carreira, Alicia Keys está de volta (e em chamas) na parada com seu novo disco, “Girl On Fire”. Qualidade é algo que não tem limites para esta mulher, que teve o primeiro disco, Songs In A Minor, lançado em 2001, premiado com 5 Grammys, incluindo Melhor Álbum de R&B e Melhor Performance Vocal Feminina de R&B pelo single “Fallin”.

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Lançado em novembro de 2012, Girl On Fire debutou na Billboard 200 (chart de álbuns) em primeiro lugar com 159 mil cópias. Ok, conseguiu o primeiro lugar. Mas ainda assim, em relação ao número de vendas de seu disco anterior, Element of Freedom, que ficou em segundo lugar, foi uma queda brusca. Mesmo com a escocesa Susan Boyle desbancando o disco, ele vendeu 417 mil cópias no lançamento. O álbum foi concebido depois de seu casamento com o rapper e produtor Swizz Beatz e do nascimento de seu primeiro filho, Egypt.

Independente de sua posição nos charts (atualmente está em 18º lugar, além do mais, ela não precisa provar mais nada pra ninguém), o disco soa melhor a cada audição e reafirma a relevância de Keys para o cenário pop atual, que em sua maioria é tão plastificado, maquiado e superficial (pessoas vindo me chamar de reclamão e tacar pedras em 3,2,1).

Produzido por Salaam Remi (o produtor por trás do sucesso de Amy Winehouse e seu Back to Black), Frank Ocean, Jamie xx, Babyface e etc, Girl On Fire é, em sua essência, introspectivo e o mais consistente de sua carreira. Algo nele me faz lembrar o disco “4” de Beyoncé. Sua sonoridade R&B clássica é mesclada a toques modernos na produção, que conta com as colaborações de Dr Dre, Emeli Sande, Bruno Mars e etc.

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Como todo disco dela, Girl On Fire abre com “De Novo Adagio”, uma peça clássica onde Alicia demonstra suas raízes (pianista em formação clássica) com uma introdução íntima. O primeiro single, a faixa título, foi performada exaustivamente em tudo quanto é lugar, inclusive no Grammy Awards deste ano. A faixa ainda sampleia a bateria de Billy Squier, da música The Big Beat. Alicia apresentou a música ao vivo pela primeira vez no VMA 2012. Além da versão normal (e mais interessante), Girl On Fire conta com mais duas versões: uma tem a participação da Nicki MinZzzZzZZzRONC e a outra, intitulada Bluelight, stripped down, num ritmo mais lento, substituindo a bateria por suaves sintetizadores. Vocais impressionantes e produção impecável definem.  Assista o clipe oficial abaixo:

O segundo single, Brand New Me, trata-se de um renascimento. O título já diz por si só. Produzida pela própria Alicia e co-escrita por Emeli Sande, a música fala de crescimento pessoal, uma nova versão de si mesma. Assista abaixo:

Ainda tem muito pra ser divulgado no disco, mas eis aqui as opções que provavelmente serão singles (se Alicia souber escolher, claro: nada pessoal, só que muita gente acaba deixando as melhores músicas de lado e transformam em singles aquelas “just ok”). Listen To Your Heart, produzida por Rodney Jerkins, soa como a Alicia que todos conhecem dos álbuns anteriores – soul, soul e soul – e o instrumental tem um toque futurista. Tears Always Win tem uma vibe Motown feelings. É toda sessentista é graciosa e os backings são charmosos. Quem colaborou na composição foi Bruno Mars, o Midas do Pop atual, que é fã assumido do gênero. Ouça abaixo:

Em Not Even The King, Alicia fala sobre amor e reflete sobre a ilusão do dinheiro, da falta de importância dele. That’s When I Knew, co-escrita por Babyface, é aquele momento meloso do disco: uma carta de amor ao marido. New Day é a prova de que Girl On Fire não é só baladas: a música leva todos pra pista. Se acabar de dançar até o sol raiar. Assim como Limitedless, cuja sonoridade reggae contagia a todos. Em One Thing, também produzida por Frank Ocean, Alicia fala de saudades – mais uma vez – de um relacionamento passado.

Com tantas colaborações de peso, Alicia acertou a mão na produção e é, de longe, um de seus melhores discos. Espero que seja bem divulgado e que os singles sejam bem escolhidos para sambar na cara dos charts. Não que ela precise disso pra provar algo, néam? Mas… é sempre bom pro ego.

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