Glee | Losers que embalam suas vidas ao som de clássicos da música pop

Todos sabem que a música tem um papel fundamental na Frequência Não Modulada. E, claro, na vida de cada pessoa. Só que hoje ela vai dividir os holofotes com outro tema que, juntos, fazem a cabeça de jovens do mundo inteiro. Trata-se de uma série de TV que é um fenômeno. Essa série, como várias outras formas de arte – seja cinema, teatro, afins -, usa a música como pano de fundo para seu enredo, sem dó nem piedade. Tudo é motivo pra música. A série, provavelmente, você já ouviu falar: GLEE.

Quando seu episódio piloto foi ao ar pela primeira vez, em 19 de maio de 2009, não teriam dúvida de que a série seria um estouro. Produzida por Ryan Murphy, mesmo criador da série Nip/Tuck e da recente (e bem sucedida) American Horror Story, o seriado é diferente do preconceito que as pessoas fantasiam. Não é um seriado a la High School Musical, onde tudo soa como um conto de fadas e todos são felizes na maior parte do tempo. Muito pelo contrário. É ainda mais profundo. Há uma questão psicológica envolvida, onde os fãs se relacionam e tomam as dores dos personagens. A série ainda usa o recurso da narração em off, onde cada personagem se expõe de verdade, tendo que lidar com seus dilemas, problemas pessoais, questões existenciais, etc.

Quando ligamos a TV, especialmente em séries em geral, o que nós vemos? Digo… quem está mais em evidência? As gostosinhas líderes de torcida e os populares bonitões do esporte. Bem, não aqui. Em Glee, ao contrário de outras séries, são os nerds e losers do colegial que recebem a atenção especial. Aquele ar de frescor, onde todo mundo busca lapidar a própria estrela e mostrar que são especiais de alguma forma. Soa clichê pra você? Quem quer ser lembrado como um perdedor no colegial? Fazer parte de algo especial te torna especial. Já dizia Rachel Berry (Lea Michele) no episódio piloto.

Tudo começa com a vontade de Will Schuester, professor de espanhol, de reerguer o coral da escola William McKinley em Lima, Ohio. Antes chamado de Glee Club, ele se torna New Directions. Muitos anos antes, o coral da escola foi motivo de orgulho para todos. Agora, abandonado, a escola não tem recursos para mantê-lo. E a dificuldade disso reside no fato de que os alunos atuais que compõe o grupo não são lá um exemplo de popularidade. Para o grupo continuar, eles precisam vencer as Regionais, que é um campeonato de corais, para conseguir dinheiro pra seguir com o clube. Sue Sylvester, treinadora das líderes de torcida (Cheerios) e vencedora de inúmeros campeonatos, faz de tudo pra infernizar o Glee Club com o objetivo de que eles desistam e que ela ganhe mais dinheiro e não seja ofuscada. Blá blá blá. O foco não é contar tudo sobre cada temporada e sim apenas um balanço geral da coisa, sacam?

É interessante fazer uma comparação entre a primeira e a quarta (e atual temporada). Na primeira temporada, ninguém dava 0,50 centavos pela Rachel Berry. Talentosa e extremamente focada, era frequentemente zombada pelos colegas de escola pela sua aparência frígida, entre outras coisas. Já na quarta temporada, o primeiro episódio é intitulado “The New Rachel”, onde os alunos que ainda não se formaram lutam com toda força pelo posto que antes era dela. O posto do papel principal, já que ela ganhava a maioria dos solos e bla bla bla. Para você ver os extremos claramente perceptíveis. E os extremos não estão presentes apenas nesta personagem, como também em todos os outros. Era difícil impor a própria voz. Com o passar de cada temporada, os losers foram ganhando mais segurança pra se impor. Cada um deles passa por mudanças drásticas. É até difícil falar de todos com a mesma precisão. Uma coisa é certa: todos entraram no grupo inseguros e sem rumo e, lá dentro, descobriram (ou ainda tentam descobrir) a verdadeira vocação pra vida.

Agora o importante: a trilha sonora, que é a alma da série. Os covers são excelentes. A série faz referência (positiva) à música pop atual, além de grandes clássicos do rock como Dont’ Stop Believin’ de Journey, além de ter sido a primeira canção apresentada na série e, por último mas não menos importante, à Broadway e aos grandes musicais, com versões cativantes de West Side Story e Rent, por exemplo. Outra artista genial que é cultuada e sempre referenciada na série é Barbra Streisand, que é musa inspiradora de Rachel, que já cantou Dont Rain on my Parade e My Man (do musical Funny Girl) e Papa Can You Hear Me (do musical Yentl). Mas para agradar públicos mais jovens, a trilha também conta com hits atuais de gente como Lady Gaga, Britney Spears, Rihanna, Avril Lavigne e etc.

No episódio piloto, durante um ensaio, todos os membros do Glee Club cantam alguns versos de You’re The One That I Want do musical Grease. E só 4 anos depois a música foi finalizada e gravada completa nesta temporada atual num episódio especial sobre o musical. Don’t Stand So Close To Me (The Police), Blackbird e I Want to Hold Your Hand (Beatles), Somebody to Love e Bohemian Rhapsody (Queen), Faithfully, Any Way You Want It, Lovin, Touchin, Squeezin’ (Journey) são alguns clássicos do rock que a série fez um tributo e muito do bem digno. O interessante de Glee é reviver clássicos como esse e colocá-los em evidência novamente. Muitas pessoas que não conhecem, passaram a conhecer graças a série e os artistas originais agradecem a visibilidade.

Glee também aposta em episódios temáticos ou especiais, por assim dizer. Madonna já teve um episódio especial só com clássicos, como Like A Virgin, Express Yourself, Like A Prayer, Vogue, etc. Lady Gaga também teve um episódio dedicado a ela, assim como Britney Spears. O clássico disco “Rumours” da banda Fleetwood Mac também teve um episódio especial destinado a ele. O seriado aposta em clássicos e também em músicas superficiais, pela questão de marketing e por angariar fãs mais jovens, com os ouvidos acostumados ao que toca na rádio. Não é todo mundo que gosta (oi!), mas ninguém precisa gostar de todos os covers, não é mesmo? Nesta nova temporada, até Gangnam Style vai ter. Oremos.

Por que Glee é tão cativante? Porque além de divertir, conscientiza. A série vencedora do Emmy Awards e do Globo de Ouro não é só música. Ela transita entre fantasia e realidade. Por quê? Porque fazem os fãs se relacionam com o sofrimento dos personagens, eles se enxergam na tela e refletem sobre a dificuldade de conviver com outras pessoas e por simplesmente não se encaixarem num nicho – seja mental ou fisicamente – e por sofrerem preconceitos diariamente por serem o que são. Glee quer deixar claro que cada um deve se autoaceitar. Em todos os sentidos. É justamente essa a mensagem que a série quer passar. Saber lidar com as diferenças e viver bem com elas. Aí reside a magia de Glee. Além de, é claro, a música. A música, que é a cereja no topo da taça de sorvete.

4 Replies to “Glee | Losers que embalam suas vidas ao som de clássicos da música pop”

  1. Amei seu post primeiro post não preconceituoso que vejo da série… Sou professora de arte e uso muitos videos do glee pra trabalhar musica com meus alunos além é claro devo confessar como ufanista extrema não ouvia musica estrangeira e passei a ouvir por conta de glee pois qndo vc vê na serie acaba pesquisando o artista original…

  2. Essa série é ruim demais!
    Nada a ver, uma coisa totalmente sem sentido uma cantoria dentro de escolas. Quem num mundo real fica se comportando como os personagens de Glee????
    Além do mais, a performance das musicas é muito pop, e quando surge uma musica de rock, ou rap, ou outro estilo, eles estragam a musica transformando-a em um musical!!!!
    Além do mais a serie é muito homosexual, o que já tornou nos EUA sinonimo de Gay. Muitos lugares lá já dizem Glee em vez de Gay.
    O lado negro de Glee é que muitas produtoras são convidadas a colocarem musicas de seus artistas a fim de promovê-las, e o que acontece é que muitos artistas que tiveram suas musicas usadas no programa não concordavam com isto, mas ficaram impedidos pois os direitos eram das gravadoras. Existem muitos processos contra a serie Glee, neste sentido.
    Artistas que possuem direitos autorais de suas musicas e que não convidados para terem suas musicas no Glee, se não concordam em colocar, acabam sendo despresados por certas produtoras. A serie conta com várias produtoras/gravadoras musicais que participam para divulgar as musicas.
    Mas os artistas muitas vezes são contra. Pois eles mudam a musica, mudam ritimo, e tudo mais para caber no formato do programa, que é musical e pop.

  3. CJ-BH
    vc eh um retardado q soh sabe criticar as coisas!se vc naum gosta de glee então pq entrou nesse site seu otário fdp!glee eh muito om e sempre será,e que concerteza,vc fala isso pq tem inveja deles,pq eles tem talento e vc naum,eles tem fama e vc eh um retardado ai!ah e se vc naum gosta mais de alguma serie,faz um favor para todos fique calado!

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