Michael Jackson | Bad completa 25 anos de lançamento

Semana passada foi a Rainha do Pop. Agora, com vocês, o Rei: Michael Jackson

Nem parece que faz 3 anos que Michael Jackson partiu de sua intensa e turbulenta vida para a imortalidade. O astro completaria 54 anos de idade no dia 29 de agosto. Quem é Rei, nunca perde a majestade. O físico pode não estar presente, os passos de dança podem estar adormecidos, mas o legado permanece intacto. O talento nunca morre. O corpo físico sim, o talento não. Essa coluna especial do Michael já vinha sendo planejada há algumas semanas, vide o e-mail-lembrete dos “próximos afazeres”. O texto que vocês estão lendo foi concebido justamente pra coincidir com a data de aniversário da realeza do pop. Porém, se vocês pensam que o texto é só por isso, enganam-se, caríssimos.

Praticamente há 3 meses, me deparei com um email de marketing da Sony Music. Em letras simulando o logotipo do álbum Bad, estava escrito: You Ain’t Bad, You Ain’t Nothing #WHOSBAD. Nem precisava adivinhar que algo estava sendo planejado pra comemorar os 25 anos deste disco em questão. Então o que seria apenas pra falar do aniversário de Jackson, se tornou um especial sobre o álbum. Portanto, é disso que trata a coluna em sua maioria: os 25 anos do (icônico) Bad. Juntando a fome com a vontade de comer.

A Epic/Legacy Recordings (subsidiária da Sony Music), que não é boba nem nada (bom pros fãs), continua com os lançamentos póstumos a todo vapor. Depois dos CDs com mash-ups de grandes sucessos de Jackson do espetáculo do Cirque do Soleil “The Immortal World Tour”, chegou a vez de Bad ser relançado. Só lembrando que o disco já havia sido relançado sob o nome “Special Edition” em 2001, junto com o Off The Wall (1979), Thriller (1982) e o Dangerous (1991): todos com luva especial, comentários dos produtores, demos, etc.

Intitulado “Bad 25” e com lançamento previsto para 18 de setembro (bem perto), a mais nova edição do disco trará 3 CDs + DVD oficial da Bad Tour sem edições, visto que o show, no estádio de Wembley em Londres, foi retirado do acervo pessoal de Michael. O rei do pop se apresentou em 16 de junho de 1988 para 72 mil pessoas. Os três CDs são: álbum original remasterizado (novidade, cadê) + disco com bônus (demos, remixes, etc) + disco ao vivo com o áudio da turnê registrada no DVD, além de encartes especiais com fotos inéditas, curiosidades, notas de produtores e etc.

No release do relançamento do disco, é garantido que todo (TODO!) o material lançado foi gravado durante as sessões de Bad. Apesar de achar que tem muito mais coisas a verem a luz do sol, já que, reza a lenda que um HD cheio de faixas do Bad esteja em poder de Latoya, irmã de Michael. 60 canções compostas, 30 canções gravadas. Bad seria, a gosto de Michael, um álbum triplo, mas Quincy o aconselhou a “condensar” o disco apenas com as faixas mais poderosas. No final, dez faixas entraram na tracklist final, sendo Leave Me Alone a faixa bônus.

Lançado a 25 de agosto de 1987, produzido por Quincy Jones (última parceria deles, Quincy + Michael = Mágica) e co-produzido por Michael, Bad representa a plenitude e maturidade artística de Michael como artista solo. Foi o primeiro álbum em que quase todas as canções foram compostas por ele, além de ter sido responsável pelo merchandising do disco. Apesar da crítica não ter se impressionado tanto com o álbum, achando-o pouco ousado em relação ao Off The Wall e o Thriller (como sempre, as comparações), Bad foi o primeiro disco na história da música a gerar cinco singles consecutivos que chegaram ao topo do Hot 100 da Billboard, recorde quebrado 24 anos depois por Katy Perry e seu disco Teenage Dream (2010).

Os fãs realmente deram valor ao álbum. E não era pra menos. Vendeu cerca de 35 milhões de cópias no mundo inteiro e estreou em 1° lugar em 25 países, algo inédito, além de permanecer durante um bom tempo como o segundo disco mais vendido da história. Bad é tão único justamente por pegar elementos do Thriller e elevá-los ao máximo, tornar uma experiência realmente única, com uma sonoridade não explorada antes. Muito foi apostado nesse álbum. Jackson estava realmente crente de que ia superar o estardalhaço absoluto do Thriller. Indicado a seis grammy awards – incluindo Álbum do Ano – infelizmente o disco não ganhou nenhuma estatueta. “Julgaram minha aparência, não minha música”, disse Michael, que chorou a noite inteira devido àquela noite do ano de 1988. Seth Riggs, o treinador vocal de Jackson, só tecia elogios a voz encorpada e ao fôlego que ele tinha para cantar e fazer suas famosas piruetas ao mesmo tempo.

Uma verdade: suas músicas revelavam seu verdadeiro estado de espírito. Por exemplo, em Bad, Michael trata de temas polêmicos como a paranóia (artifício já usado em discos anteriores dele) em Leave Me Alone (que venceu o Grammy de Melhor Videoclipe Curto em 1990), onde Michael dá um basta nos tablóides que publicavam histórias falsas sobre ele como “dormir em uma câmara hiperbáricapara retardar o envelhecimento”, sendo que na foto publicada ele só estava testando por curiosidade. E também da notícia de que ele teria comprado os ossos de Joseph Merrick, o ”Homem Elefante”, entre outras coisas. E, claro, por último mas não menos importante, a cor da pele de Michael: estava mais clara devido ao vitiligo. A mídia insistia que, ao invés dele tomar um remédio pra recuperar a pigmentação, ele fez justamente o contrário: tomava doses cavalares de hidroquinona (uma substância clareadora), além de cuidados diários com a pele: cremes e fuga do sol como diabo foge da cruz. The Way You Make Me Feel é matadora e, ao mesmo tempo, paranóica também, porque nesta música Michael dá 1001 motivos pra garota ficar com ele, sendo que está claro que ela está tão na dele (Greg Wuliger feelings). Em Smooth Criminal, Michael canta sobre uma mulher vítima de violência sexual. A música teve destaque no filme Moonwalker (1988).

O disco teve nove canções lançadas como compacto: cinco delas chegaram ao topo do Hot 100 da Billboard. I Just Can’t Stop Loving You foi o primeiro single do álbum, onde Michael cantou num dueto com Siedah Garrett. Logo em seguida veio Bad, cujo videoclipe é um curta metragem de 18 minutos, foi dirigido por Martin Scorcese e conta com a participação de Wesley Snipes. Assim como I Just Can’t Stop Loving You e Bad, os singles The Way You Make Me Feel, Man in The Mirror e Dirty Diana chegaram ao primeiro lugar nos Estados Unidos. Se isso é estar na pior…

Bad é um álbum brilhante, que só não superou o Thriller por causa de todo o sucesso do videoclipe com zumbis, sem energia nenhuma e sem terem onde cair mortos, dançando sincronizados como robôs. Thriller é um disco incrível, mas Michael Jackson levou a sonoridade do Bad a outro patamar: tanto na produção como nos vocais. Plenitude artística que não foi completamente respeitada devido às polêmicas envolvendo o cantor. Aliás, já faz um tempo que o Grammy deixou de levar as coisas a sério. Circunstâncias a parte, é realmente necessária a comemoração dos 25 anos do Bad, com suas faixas extras e, claro, o DVD oficial e restaurado com a turnê do disco. Independente da aparência ou das bizarrices de Michael, querendo ou não, Bad influenciou (e influencia até hoje) muito da sonoridade pop contemporânea.

Assim chega ao fim o especial dos 25 anos de Bad. Hora de ouvir alguns hits do álbum:

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