Um Ano Sem Amy Winehouse

23 de julho: a fatídica data em que Amy Winehouse se foi. Há exatamente um ano ela deixou o mundo órfão de seu talento e também de suas polêmicas. Assim como Janis Joplin, Jimi Hendrix, Kurt Cobain (Nirvana) e Jim Morrison (Doors), ela entrou para o o Clube dos 27.

Amy foi encontrada morta em sua casa, em Camden Town, norte de Londres, numa tarde de sábado. Segundo a Polícia Metropolitana de Londres, a ambulância do serviço de emergência foi chamada, mas a cantora já estava morta. O laudo da morte não saiu com tanta rapidez quanto imaginaram.

Inicialmente, suspeitava-se que a morte fora causada por uma overdose de drogas (tanto que na noite anterior Amy havia comprado uma quantidade absurda de drogas, entre elas crack e heróina). Mas a Associated Press logo afirmou que não foram detectadas substâncias tóxicas no laudo, apenas álcool. Porém, deixaram no ar a confirmação de que tenha sido mesmo o álcool que a levou à morte. Claramente, o álcool foi só um detalhe, tendo em vista o histórico de Amy com as drogas.

Diziam que esse lance delas com as drogas não passavam de uma estratégia de marketing. Até que ela chegou… naquele estado. Só então se tocaram que ninguém entrega o próprio corpo ao vício por vontade própria. Ó, que brilhante dedução (not). Apesar de talentosa e icônica, Amy se tornou uma escrava das drogas. Uma mera marionete de seu vício.

Amy lançou dois discos de estúdio: “Frank”, de 2003, uma ótima introdução da britânica aos leões – digo, digo… à indústria fonográfica – e o “Back to Black”, de 2006, o disco que a consagrou de verdade, que a lançou rumo ao palco do Grammy Awards, vencendo 5 estatuetas (6 indicações), incluindo Melhor Álbum Pop Vocal e Canção do Ano – por Rehab. Produzido por Mark Ronson e Salaam Remi, o disco traz a cantora melhor do que no primeiro álbum: uma Amy sóbria (!), amarga, concisa e, acima de tudo, verdadeira. Em 2011, o álbum póstumo “Lioness: Hidden Treasures” foi lançado. Os produtores do “Back to Black” remexeram as gavetas e fizeram uma seleção de faixas dos dois discos dela, além de covers sensacionais, como os de “Will You Still Love Me Tomorrow” da Carole King e “A Song for You” de Leon Russell. Parte das vendas do disco foram para a Fundação Amy Winehouse, que ajuda dependentes químicos.

A propósito, Amy divide o recorde dos “cinco-grammies-numa-noite” com Lauryn Hill e seu “The Miseducation of Lauryn Hill” (1998), Alicia Keys e seu “Songs in A Minor” (2001), Norah Jones e seu “Come Away With Me” (2002) e Beyoncé e seu “Dangerously in Love” (2003). Amy também sofreu o impacto do “segundo disco”: aquele que tem a fama de alavancar carreiras por aí. Vide Adele e o seu “21” (que você conferiu na primeira edição do Frequência Não Moderada).

Outra teoria interessante (e um tanto infeliz): Michael Jackson chegou no topo em 1982 com seu digníssimo “Thriller” – seu segundo disco solo, vendido como objeto de utilidade doméstica: 8 grammies numa noite. Conseguimos notar claramente a obsessão dele em superar esse recorde (vide os álbuns seguintes e o clipe de “Ghosts”). Obsessão esta que o fez enlouquecer. Thriller foi (e continuou sendo pelo resto da carreira) um “monstro” na vida de Michael. Um “monstro” que ele não conseguiu derrotar. Ele, pelo menos, tentou derrotar. Já Amy, que chegou no seu ápice com “Back to Black”, não teve tempo de tentar derrotar seu próprio “monstro”.

Vendas. Ahhh, as vendas. Um ponto que fazem os executivos das gravadores vibrarem. Se vivo um artista vende até a mãe, imagine depois que morre. Foi assim com Michael Jackson, com Etta James, com Whitney Houston, etc, etc, etc. Com Amy não haveria de ser diferente. Estima-se, de acordo com o Portal iG, que no mundo inteiro, Amy tenha vendido mais de 2 milhões de discos depois de morrer, ou seja, um acréscimo de 10% ao total de vendas de sua carreira. É assim: Morreu? Vendeu! Independente de ter qualidade ou não (outra brilhante dedução).

Amy Winehouse contribuiu e muito para a música contemporânea. Num mundo pop plastificado com cantoras boazudas que esfregam suas vulvas nos videoclipes, ela nos fez lembrar que existe, sim, música que vem da alma. Muitos ainda se perguntam até hoje: como aquela garota jovem, magra e saudável (até então) conseguia soar como um trovão? Não tenho uma resposta assim exata pr’essa pergunta. O máximo de exatidão que você pode conseguir é conhecendo a fundo o trabalho (curto, porém eterno) da jovem Amy.

4 Replies to “Um Ano Sem Amy Winehouse”

  1. Pra mim, o que mais marcou Amy Winehouse foi, além do poder absurdo que ela tinha em sua voz, era a maneira como ela levava a vida. Sem falso moralismo: ela viveu.

    Fez o que achava certo, desfrutou dos prazeres que ela julgava merecedora, e arcou com as consequências sim, e ela nunca fugiu disso.

    Com absoluta certeza ela fará falta no cenário musical, mas graças a Deus temos um acervo considerável de uma obra impecavel.

  2. Não faz a menor falta, sério.

    Começou a abusar do alcool e das drogas, perdeu toda moral.

    Outra que vai no caminho é a Lindsey Lohan

  3. Uma das píores cantoras que eu já vi na minha vida,não sei como chamam ela de boa cantora,uma voz de retardada que não aprece cantora….E sua voz só é "boa" por causa de edições vocais…..

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