Banda Huaska faz show de lançamento em São Paulo

Alessandro Manso (guitarra e violão), Carlos “Blique” Milhomen (guitarra), Rafael Moromizato (voz), Caio Veloso (bateria) e Julio Mucci (baixo) fazem em São Paulo, no Hangar 110 dia 27 de maio , o show de lançamento do CD “Samba de Preto”.

Temos a MPB, de Cartola a Chico Buarque, com tudo o que esse leque abrange. E temos a MPB além-mar, que é a Música Popular Britânica, que vai de Rock ao Brit Pop, com tudo o que esse leque abrange. Entre (e unindo) as duas, temos a MPB do Huaska , a Música Pesada Brasileira. Maior prova de merecimento do rótulo é o CD que acaba de sair, “Samba de Preto”.

É um soco na orelha direita de samba e brasilidade? Sim. Outra bordoada na orelha esquerda de rock, metal e grunge. Ídem.

“Nunca soubemos responder direito quando alguém perguntava o gênero da banda. Quando lançamos o ‘Bossa nenhuma’ ( segundo CD ) em 2009, um jornalista de Minas Gerais deu o nome de ‘bossa metal’ numa matéria e acabamos falando isso quando alguém pergunta. Mas é uma banda de rock, não acho necessário rotular disso ou daquilo”, diz o vocalista Rafael Moronizato.

A história da colisão dos mundos – samba e MPB com rock pesado – aconteceu desde os primórdios da banda. O que era um violão de cordas de nylon, letras em português embaladas num som vigoroso no primeiro EP, “Mimosa Hostilis”, em 2003, caminhou para quatro músicas no disco de estreia, “E Chá de Erva Doce”, de 2006.

No palco, os músicos se revezavam nos instrumentos de percussão e sempre tinha um violão a acompanha-los, até que no lançamento seguinte, “Bossa Nenhuma”, de 2008, a mistura dominou toda a receita.

“E neste CD ( Samba de Preto ) nós chegamos ao som que sempre quisemos fazer, com Bossa Nova, MPB, samba de raiz misturado ao peso”, diz Rafael. Realmente chegaram.

Violão e cuíca abrem o disco em “Ainda Não Acabou”, música que dá toda a forma do trabalho, do Brasil pra Inglaterra pro mundo. Em “Foi-se” há o complemento na Bossa Nova que vira metal por tecido tão fino quanto imperceptível, mas com caimento perfeito.

Aí entra em cena uma diva da verdadeira música brasileira, Elza Soares, que incorporou o espírito Huaska, gravou a música que batiza o disco e opinou até nos arranjos de guitarra. Se existia qualquer dúvida da capacidade artesã do grupo ela se dissipa nesse ponto do trabalho. Mas ele segue por mais meia deliciosa hora.

“Branco e Verde” é uma coisa meio partido alto, meio samba de raiz e inteiramente roqueira. Já em “Gávea” e “Avoar” o trabalho ganha um clima de bateria de escola de samba, e o grupo despeja toneladas de decibéis no que já pesava uma tonelada. “Gávea”, aliás, segura o clima pré Copa do Mundo no Brasil como narrativa de pelada, que você encontra pelas ruas do Oiapoque ao Chuí a qualquer hora de qualquer final de semana.

“A percussão não tira nada do rock, apenas deixava a brasilidade evidente sem perder a energia de guitarra, bateria e baixo”, comenta Rafael. “O Mar” e “Let´s Bossa” têm o clima que dá nome à segunda, banquinho e violão, sendo que a primeira abre com arranjo de cordas primoroso e depois vira baladona. Aí entra bem a mão do produtor do trabalho, Eumir Deodato.

“Eumir conheceu o Huaska no nosso CD anterior ( Bossa Nenhuma ). Quando soube da idéia de misturar música brasileira com rock deste jeito, ele se interessou pelo projeto e começamos a trabalhar juntos. Nosso trabalho rendeu bem. Conversamos bastante e cada vez que a gente trabalhava na música, ia chegando mais perto do resultado esperado. No final da gravação todos ficaram bem satisfeitos”, aponta Rafael.

O disco tem ainda a super percussiva “Otelo”, e fecha com cover do clássico “Chega de Saudade” que, pieguice às favas, entrega chave de ouro ao trabalho.

“Eu vejo pessoas que não ouvem muito música brasileira ouvindo nosso som e vejo gente que não é muito fã de rock ouvir também”, tenta fechar a equação Rafael. Mas esta se fecha com a audição do disco.

SERVIÇO
SHOW HUASKA
LANÇAMENTO/ CD “SAMBA DE PRETO”
Local: 
Hangar 110 (Rua Rodolfo Miranda, 110 – Bom Retiro/SP – www.hangar110.com.br )
Data: dia 27 de maio – domingo
Horário: 18h
Preço: R$15 (antecipado) e R$20 (na hora)
Capacidade: 640 pessoas
Estacionamento: R$12 (Vallet)

*As informações são de responsabilidade de seus organizadores e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.

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